Ouvido na Câmara dos deputados nesta quarta-feira, entre vários questionamentos, o General de Exército Marcos Antônio Amaro dos Santos, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ouviu algumas colocações duras sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o escolheu para comandar o Gabinete de Segurança Institucional.
Em um questionamento feito ao general, o deputado do PL do Rio Grande do Norte, sargento Gonçalves, deixou claro que não considera os eventos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro similares ao que aconteceu no Capitólio nos Estados Unidos. O parlamentar disse que considera o episódio muito mais parecido com o que aconteceu no parlamento alemão, quando o mesmo foi incendiado pelos nazistas.

Em seguida o deputado federal perguntou se o general não teria medo de ter a sua história manchada por servir ao presidente Lula e se o mesmo deixaria uma carteira de dinheiro perto do atual presidente
“ o quanto é pesado ser militar nesse país, mesmo sendo oficial… eu imagino … De repente ter a história manchada … Por servir e fazer a segurança pessoal de um presidente que traiu a nação Brasileira… Que por mais que tenha sido descondenado tem a história machada… Pelo crime de corrupção, de roubar a nação Brasileira… Se o senhor teria coragem de deixar uma carteira recheada de dinheiro sob a tutela desse presidente que está à frente da nação Brasileira…”
O oficial respondeu a somente algumas perguntas feitas pelo parlamentar e afastou qualquer possibilidade de macular a sua carreira dizendo que todos os militares correm riscos ao exercer a sua profissão.
“… eu não vejo qualquer risco e não creio que o general Gonçalves Dias tenha tido qualquer preocupação nesse sentido. Como militar do Exército Brasileiro… Todos nós sempre assumimos riscos em todas as nossas ações, todos os nossos trabalhos. Não vejo possibilidade da minha parte qualquer receio de correr algum risco exatamente pela confiança que o presidente da República depositou em mim me convidando para assumir essa tarefa da mesma forma como todas as outras vezes que assumir cargos no Planalto… Então não vejo qualquer risco… Não podemos fazer escolhas, isso não é questão de gosto pessoal… Em relação às condenações do presidente, os processos dele foram anulados. O importante é que o presidente é o mandatário máximo da nação, é o chefe de estado e o povo o escolheu como presidente… No meu caso e no caso de qualquer militar não temos escolha e também não nos caberia fazer qualquer escolha, é uma questão de definição constitucional…”
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar