A influência norte-americana continua a aumentar sobre os exércitos da América Latina. Nomeada em outubro de 2021, General de Exército Laura J. Richardson, a atual comandante do contingente sul do exército norte-americano, já fez 2 visitas ao Brasil e diversas visitas a chefes militares de países aliados na América do Sul.
Em uma de suas falas durante a Posse a general disse que a segurança na América Latina está ligada à segurança nacional dos EUA
“A segurança dessa região está intrinsicamente ligada à nossa própria segurança
nacional… Continuaremos a cumprir nossa promessa duradoura de ser um parceiro confiável. Continuaremos apoiando os esforços de todas as agências governamentais.”
Além dos treinamentos recentemente realizados com militares do Brasil e alguns já programados para o segundo semestre, os militares dos Estados Unidos tem recebido membros das forças armadas de outros países que considera como aliados, como a Colômbia, para realização de treinamentos conjuntos, como o que ocorreu nesse mês de maio de 2023 em território americano. O texto abaixo é de autoria do primeiro sargento Alan Brutos, do exército dos Estados Unidos e conta um pouco sobre o que aconteceu nessa operação.

Os exércitos dos Estados Unidos e da Colômbia estão continuamente procurando maneiras de fortalecer ainda mais a já rica parceria que compartilham.
O mais recente exemplo disso foi a incorporação de uma companhia de infantaria do Exército da Colômbia à Equipe de Combate da 3ª Brigada da 82ª Divisão Aerotransportada dos EUA, juntamente com soldados americanos da 1ª Brigada de Assistência às Forças de Segurança (1ª SFAB), durante uma recente rotação do Centro de Treinamento de Prontidão Conjunta (JRTC), em Fort Polk, Luisiana, no início de maio.
“A importância dessa rotação do JRTC com o Exército da Colômbia é dupla: ajuda o Exército da Colômbia a entender um novo ambiente operacional, inclusive como intervir em operações de combate em larga escala, e fortalece a prontidão do Exército dos EUA”, disse o Major Joseph Macchiarella, do Exército dos EUA, oficial da área externa do Exército Sul na Colômbia. “A 3ª Brigada, juntamente com a 1ª SFAB, pôde treinar em sua tarefa fundamental de integrar aliados e forças de nações parceiras nas operações, bem como identificar lacunas nas capacidades que precisarão ser abordadas em um futuro próximo.”
Quando perguntado sobre a importância das parcerias militares como a que existe entre os exércitos dos EUA e da Colômbia, o Coronel Richard Taylor, comandante da Equipe de Combate da 3ª Brigada da 82ª Divisão Aerotransportada, falou sobre como as amizades e parcerias estratégicas são a base de qualquer grande organização.
“Sabemos que o Exército dos EUA não opera sozinho; cada oportunidade de servir ao lado de nossas forças parceiras é uma oportunidade para fortalecer laços e estabelecer confiança”, disse. “Ambas as características são cruciais para a interoperabilidade e, em última análise, nos permitem saltar, lutar e vencer no dia mais difícil do combate terrestre.”
O Cel Taylor também elogiou o profissionalismo demonstrado durante a rotação, dizendo: “Os soldados e líderes do Exército da Colômbia são disciplinados, letais e altamente competentes. Nossos paraquedistas adquiriram conhecimentos ao servir com eles durante toda a rotação”.
Embora existam vários desafios sempre que os exércitos de duas nações operam lado a lado, um treinamento consistente e realista constrói um entendimento que pode aliviar essas preocupações, caso essa parceria seja posta à prova em uma operação do mundo real.
“Ainda há muitos desafios para obter a interoperabilidade, mas as rotações do centro de treinamento de combate são o cenário perfeito para identificar deficiências e trabalhar para encontrar uma solução imediata”, disse o Maj Macchiarella, na conclusão da rotação. “Todos os participantes aprenderam muitas lições e agora o desafio continua sendo como melhorar antes do próximo grande evento.”
A parceria militar entre os Estados Unidos e a Colômbia vem de longa data e, nos últimos anos, as duas nações começaram a trabalhar juntas em direção a um objetivo comum e mais otimista.
“Desde 2021, os Estados Unidos e a Colômbia têm um processo de preparação e treinamento de uma unidade do exército, com o objetivo de trabalhar até um nível de batalhão, para melhorar e alcançar uma verdadeira interoperabilidade”, explicou o General de Brigada Álvaro Vicente Pérez, subcomandante do Exército da Colômbia. “Começamos em 2021 trabalhando juntos no nível de pelotão e, durante essa rotação do JRTC, treinamos juntos no nível de companhia.”
O treinamento em nível de companhia, em oposição ao nível individual de esquadrão ou pelotão, proporcionou uma maior compreensão das capacidades e táticas de cada um durante um ambiente de operações de combate em larga escala.
“O mais importante de um treinamento como esse, depois de conversar com nossos soldados, é a oportunidade de interagir, treinar e entender as capacidades de outros exércitos, como o dos EUA, e ver as operações de outro ponto de vista”, continuou o Gen Bda Pérez.
Além dessa rotação de treinamento do JRTC organizada pelos EUA, a Colômbia recebeu no último outono soldados americanos da Guarda Nacional do Exército de Illinois e da Geórgia, durante o Exercício Vanguarda do Sul 23, um exercício de treinamento de duas semanas na Base Militar de Tolemaida, na Colômbia. O exercício incluiu um painel de discussão sobre a iniciativa Mulheres, Paz e Segurança, durante o qual líderes seniores de ambos os exércitos compartilharam experiências e ideias sobre como promover o papel das mulheres nos esforços de segurança em seus respectivos países.
Texto publicado na Revista Sociedade Militar. Autor Alan Brutus. https://dialogo-americas.com/pt-br/articles/exercitos-dos-eua-e-da-colombia-fortalecem-parceria-durante-rotacao-de-treinamento/