Como informado aqui na Revista Sociedade Militar, o Brasil autorizou a entrada e a permanência temporária de 294 militares dos Estados Unidos no país para participar de um exercício de treinamento conjunto com o Exército Brasileiro na região amazônica.
O exercício, chamado Core 23, vai ocorrer entre 24 de outubro e 20 de novembro deste ano, em quatro cidades da Amazônia, e despertou a atenção de observador internacional, para quem a autorização das forças militares dos EUA na Amazônia é sinal de submissão aos interesses norte-americanos na região.
Para compreender a magnitude dessa decisão e a percepção dela por parte de um observador norte-americano, trazemos aqui a opinião do jornalista da BNN (Brazil News Network), Mamoon Alvi, sobre o caso. Em artigo publicado no último dia 20/10, Alvi destacou que este exercício militar conjunto representa um marco significativo nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos.

Ele enfatizou que a presença de quase 300 norte-americanos nas cidades de Belém, Ferreira Gomes, Macapá e Oiapoque, juntamente com um arsenal de recursos militares, simboliza o compromisso mútuo com a cooperação bilateral e o compartilhamento de conhecimentos táticos.
“Este exercício não é apenas uma demonstração de força, mas também um testemunho de aliança sólida entre as duas nações”, afirmou Alvi.
No entanto, ele apontou ainda que a realização do exercício na Amazônia, um dos ecossistemas mais críticos e sensíveis do mundo, despertou preocupações globais, embora também ofereça oportunidades únicas.
Para o jornalista norte-americano essa pode ser uma decisão arriscada e controversa do governo brasileiro, que pode afetar a sua imagem internacional e a sua soberania nacional. Alvi escreveu que o exercício militar na Amazônia pode ser visto como uma forma de os EUA aumentarem a sua influência e o seu controle sobre a região, que é rica em recursos naturais e biodiversidade.
Alvi também questionou os possíveis impactos ambientais e sociais do exercício, que pode afetar o ecossistema da floresta e as comunidades indígenas que vivem nela. Ele citou as críticas de ambientalistas e ativistas que denunciam o desmatamento, as queimadas e a violação dos direitos humanos na Amazônia.
Além disso, Alvi apontou que o Brasil pode estar se isolando de outros parceiros estratégicos, como a China e a Rússia, ao se alinhar com os EUA. Ele argumentou que o Brasil deveria buscar uma política externa mais equilibrada e diversificada, que respeitasse os seus interesses nacionais e a sua autonomia.
Segundo Alvi, o exercício Core 23 é um exemplo de como o Brasil está se submetendo aos interesses dos EUA na Amazônia, sem levar em conta as consequências para o seu próprio país e para o mundo. Ele concluiu o seu artigo dizendo que o Brasil está perdendo uma oportunidade de ser um líder global na proteção da Amazônia e do clima.
Contudo, Alvi sublinhou a importância de um equilíbrio cuidadoso nessas relações, garantindo que os interesses nacionais e a soberania brasileira permaneçam intocados. Ele enfatizou a necessidade de transparência quanto aos objetivos e ao alcance dos exercícios conjuntos, consultas com as comunidades locais e grupos indígenas, e medidas para mitigar possíveis impactos ambientais.
Fonte: BNN