O portal chinês SOHU destaca o Brasil como um “case” negativo, mencionando que, durante o governo Bolsonaro, a fome cresceu, afetando 30 milhões de brasileiros.
Nos últimos anos, a China tem buscado fortalecer seus laços com o Brasil, tanto no âmbito econômico quanto no militar. A nação asiática valoriza o potencial brasileiro, enxergando oportunidades de expansão, especialmente em infraestrutura. A cooperação militar também tem crescido, com oficiais brasileiros frequentemente se capacitando em academias chinesas. Contudo, ainda há bastante resistência nas Forças Armadas brasileiras quanto à influência chinesa, a oficialidade brasileira desde a segunda guerra está muito próxima de seus pares nos EUA.
A China, sendo a segunda maior economia global, procura parcerias estratégicas. No Brasil, ela enxerga um país rico em recursos e com um mercado consumidor em crescimento. Investimentos em infraestrutura são de grande interesse para os chineses.
A formação de oficiais brasileiros, principalmente do Exército, em instituições chinesas, indica um desejo recíproco de compartilhar conhecimentos. Esta cooperação é vista como algo que fortalece os laços entre os países e estabelece confiança mútua.
O Brasil, como maior economia da região, é obviamente um aliado estratégico. Artigos no SOHU têm demonstrado um crescente interesse pela situação brasileira, abordando temas como economia e forças armadas.
O portal, que tem centenas de milhões de acessos mensalmente, diz em texto publicado há 10 dias que no governo Bolsonaro a fome no país aumentou, mesmo sendo o Brasil um grande produtor de alimentos. Segundo o SOHU, o Brasil viu a proporção de pessoas com fome saltar de 5,8% para 22,5% entre 2018 e 2022.
Empresas preferem comprar dívida pública em vez de investir em outros setores
No artigo “Lições da queda do Brasil “, o site diz: ” O que é ainda mais bizarro é que as grandes empresas do Brasil não estão interessadas em investir, mas estão a reunir-se para comprar dívida pública. Entre 1993 e 2003, os retornos das 500 maiores empresas do Brasil aumentaram 80%, enquanto seus investimentos cresceram apenas 3,8% ao ano. Isto ocorre porque a dívida pública do Brasil triplicou em 2000, com o défice governamental a representar 7,4% do PIB fixo. As altas taxas de juros, aliadas à emissão de grandes montantes de dívida pública, permitem que os investidores obtenham lucros facilmente, simplesmente comprando dívida pública, sem correr riscos em outros projetos.”
A relação entre Brasil e China tem se fortalecido em diversos setores, desde o econômico ao militar. No entanto, a visão chinesa sobre o Brasil, conforme expressa em publicações como a do portal SOHU, destaca desafios significativos enfrentados pelo país sul-americano, como o aumento da fome, da criminalidade e a instabilidade econômica.
Trecho de artigo no site
“O que é ainda mais intrigante é que o Brasil é um grande produtor de alimentos no mundo, mas até agora mais de 30 milhões de pessoas não têm o suficiente para comer. Mesmo de 2018 a 2022, a proporção de pessoas com fome aumentou de 5,8% para 22,5%. … As ruas e becos do Brasil estão repletas de gangues diversas, que têm regras próprias, mas também se matam na competição por território e recursos de drogas. Nas palavras dos brasileiros, ´o Brasil é administrado pela polícia durante o dia, mas é controlado por gangues à noite´.
A China indubitavelmente observa o Brasil não apenas como um parceiro estratégico. Entretanto, analistas do país têm um olhar bastante crítico sobre os problemas internos, sempre ressaltando-os em publicações de sites e jornais locais, o que evidentemente pode influenciar futuras negociações e parcerias entre as duas nações.
Revista Sociedade Militar