A Marinha lançou uma campanha publicitária que tenta resgatar sua imagem como a de uma Força formada pelo povo brasileiro. A ideia é mostrar que a Marinha está presente em todo o território nacional, protegendo as riquezas naturais, prestando serviços sociais e contribuindo para o desenvolvimento do país.
A campanha foi iniciada no último domingo, 3 de dezembro, com a cerimônia de substituição da bandeira nacional na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
O evento faz parte das comemorações do Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro, dia de nascimento do Marquês de Tamandaré, patrono da Força Naval.
Na ocasião, o comandante da Marinha, Almirante Marcos Sampaio Olsen, afirmou que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) articulada por senadores de oposição para garantir que o orçamento de defesa do Brasil seja igual ou superior a 2% do PIB (Produto Interno Bruto) é “absolutamente necessária” para a Força.
Segundo Olsen, só com a previsão orçamentária será possível reestruturar a Marinha com navios e submarinos para responder a “ameaças externas”.
Olsen citou como exemplo de ameaça o derramamento de óleo que atingiu o litoral brasileiro em 2019, que ele considera uma “provocação”.
O comandante também disse que, apesar das crises ocorridas nas Forças no início do ano, a Marinha se encontrou como “instituição nacional e independente, que se presta a atender os interesses da sociedade”.
Ele negou que houvesse qualquer dissonância na Marinha em relação à hierarquia e à disciplina, e minimizou o fato de o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, ter supostamente apoiado planos golpistas contra a eleição de Lula em encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
“Tivemos um início do ano, de certa maneira, tumultuado, com possível envolvimento das Forças, uma suspeita por parte da sociedade que precisava ser estancada. Particularmente, no âmbito da Força Naval, eu não percebi, o despeito das ocorrências a que você se referiu, nenhuma dissonância em termos de orientação, de autoridade, de comprometimento da hierarquia e disciplina”, disse o comandante.
A PEC foi protocolada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do principal partido de oposição ao governo Lula. O líder do governo no Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA), é o principal cotado para ser o relator.
Fonte: Folha de São Paulo