
Num ano marcado por ajustes econômicos e mudanças de governo, as Forças Armadas brasileiras demonstraram uma resiliência notável, mantendo-se no rumo de suas entregas estratégicas.
O panorama, segundo análise do jornalista Roberto Caiafa, do site espanhol Info Defensa, revela um progresso constante, ainda que gradual, em projetos-chave nas Forças Terrestres, Marítimas e Aéreas.
Investimentos Estratégicos: Um Novo Impulso
Segundo Caiafa, o “Novo PAC” (Programa de Aceleração do Crescimento) surge como um reforço aos contratos do Ministério de Defesa e das Três Forças, com investimentos expressivos de 52 bilhões de reais até 2026.

Esta injeção financeira confirmaria e aceleraria os projetos estratégicos, proporcionando um horizonte de planejamento de mais de quatro décadas, alinhado às revisões quadrienais da Estratégia Nacional de Defesa.
Diplomacia e Expansão Internacional
No cenário internacional, Caiafa lembra que o Brasil consolidou sua presença no Oriente Médio, com destaque para missões diplomáticas e comerciais na Arábia Saudita. Além disso, a parceria estratégica com os Emirados Árabes Unidos, evidenciada pelo Grupo EDGE, revelaria, segundo o jornalista, uma inserção inédita do Brasil na indústria de defesa global.
Na imagem abaixo, os seis principais Programas Estratégicos das Forças Armadas Brasileiras.

A LAAD 2023, realizada no Rio de Janeiro, teria ressurgido como catalisador dessas relações, colocando o país novamente no centro dos eventos internacionais do setor após a pausa imposta pela pandemia de Covid-19.
Marinha Brasileira: Modernização e Expansão
A Marinha brasileira não ficou atrás, encomendando quatro modernas fragatas da classe Tamandaré. A primeira, prevista para meados de 2024, sinaliza um impulso significativo na capacidade naval do país, de acordo com Caiafa. O Programa de Buques Patrulleros, por sua vez, com o Mangaratiba em fase avançada de construção, fortaleceria as operações de patrulhamento com um investimento de 5.26 bilhões de reais.
A chegada dos veículos blindados norte-americanos JLTV à Infantaria da Marinha, com destaque para seu desempenho em ambientes urbanos, é outro ponto que confirmaria a adequação desses equipamentos às demandas operacionais.
O submarino Riachuelo, da classe diesel-elétrica, assumiria, segundo o colunista de Info Defensa, um papel-chave, não apenas pela tecnologia avançada, mas por transformar as táticas de guerra submarina e antisuperfície, proporcionando à Marinha uma vantagem estratégica no Atlântico Sul.
Exército Brasileiro: Êxitos e Desafios
No Exército, Roberto Caiafa relembra o Programa Guarani brilha com entregas bem-sucedidas, especialmente as exportações para Filipinas e Malásia. O 6×6 Guarani, adaptado para transporte de peças de morte, teria evidenciada sua versatilidade durante o Exercicio CORE 2023. Contudo, a modernização do MBT Leopard 1A5 BR enfrentou desafios, demandando aquisições emergenciais para manter a operacionalidade.
Na aviação do Exército, ele lembra que o programa de compra de aeronaves Black Hawk visou fortalecer a presença na Amazônia, substituindo modelos mais antigos e consolidando a aviação de asa rotatória.
O Programa Estratégico Sisfron não poderia ficar de fora. Caiafa enfatiza que ele expande suas capacidades na fronteira amazônica, reforçando a segurança com infraestrutura e equipamentos avançados.
Força Aérea Brasileira: Modernização e Reconhecimento Global
A Força Aérea, por fim, é lembrada por ter recebido três caças Gripen F.39E, totalizando oito no Brasil. Essa aquisição colocaria o Brasil na vanguarda em termos de capacidade de combate aéreo no continente.
Já o KC-390 Millennium, líder em vendas, teria demonstrado sua eficácia em operações humanitárias no Oriente Médio, destacando-se como uma peça fundamental na frota aérea brasileira.
Em síntese, 2023 foi marcado pelo passo firme das Forças Armadas brasileiras, superando desafios econômicos e políticos. O investimento estratégico, a modernização de equipamentos e a presença internacional refletem uma abordagem equilibrada para garantir a segurança e a soberania do Brasil nas décadas futuras.
Fonte: Info Defensa