O jornalista Cézar Feitosa, da Folha de São Paulo, expõe detalhes sobre o general Marco Antônio Freire Gomes, Comandante do Exército ao fim do governo Bolsonaro.
Para aceitar ser comandante do Exército, Freire Gomes teria recusado uma nomeação pré-acordada como ministro do STM (Superior Tribunal Militar), prática comum entre generais de quatro estrelas ao passarem para a reserva.

Esta decisão ganha relevância à luz das acusações de omissão e indecisão por parte de bolsonaristas, que o criticaram por não aderir a suposta tentativa de golpe. Sua ausência temporária após o falecimento da mãe teria sido interpretada como sinal de fraqueza por alguns aliados de Bolsonaro, que, naquele momento, discutiam abertamente planos “antidemocráticos”.
No entanto, nos bastidores, Freire Gomes articulou-se contra tais planos, revelando sua postura contrária à escalada golpista.
O ex-comandante também foi figura central na política do Exército de “não resistência aos acampamentos golpistas”, decisão que gerou controvérsias e demonstrou sua proximidade com o então presidente. Vale lembrar que os manifestantes estiveram durante setenta dias em áreas militares.
Após a derrota nas eleições, Bolsonaro teria intensificado suas reuniões com Freire Gomes, discutindo abertamente planos do suposto golpe e apresentando minutas de decreto. Este último período de interação entre os dois revela um cenário complexo, em que o ex-comandante se viu confrontado com a pressão para adotar medidas drásticas a favor do governo, ao mesmo tempo em que mantinha sua postura contrária à “ruptura democrática”.
Fonte: Folha de São Paulo