Em uma iniciativa ousada para modernizar sua defesa marítima, o Brasil planeja construir um porta-aviões nuclear até 2040. Segundo o site Click Petróleo e Gás, em texto assinado por Rafaela Fabris, essa ambição coloca o país em um seleto grupo de nações capazes de operar essa poderosa ferramenta de projeção de poder global, mas o projeto também é cercado por complexidades técnicas, financeiras e geopolíticas.
O objetivo do Brasil é bem óbvio: fortalecer sua presença no cenário naval internacional e defender seus interesses marítimos, que incluem a extensa costa brasileira, as águas territoriais e a Amazônia Azul. A Marinha do Brasil, com um efetivo de cerca de 81.040 membros, já é a maior força naval da América Latina e uma das mais significativas das Américas.
Desafios na Construção de um Porta-Aviões Nuclear
No entanto, construir um porta-aviões nuclear é uma tarefa colossal. A operação de um navio desse porte exige investimentos vultosos em tecnologia, treinamento e infraestrutura. O Almirante Marcos Sampaio Olsen, da Marinha do Brasil, reconhece as limitações atuais do país e a necessidade de investimento altíssimo para viabilizar o projeto.
Especialistas questionam a viabilidade da iniciativa, considerando a capacidade industrial do Brasil, os custos exorbitantes e a necessidade de uma doutrina militar adequada para operar um navio dessa magnitude. O exemplo da Rússia, que não priorizou porta-aviões em sua estratégia naval, também é considerado.
O Futuro da Navegação e a Importância dos Porta-Aviões
A presença de um porta-aviões nuclear no Brasil seria bastante significativa para o controle do Atlântico Sul. No entanto, o papel do porta-aviões não é mais o “remédio universal” naval que se pensava há algumas décadas. A chegada do Brasil a este cenário pode ser considerada um pouco tardia. O futuro da navegação aponta mais para ações coordenadas de centenas de USVs (veículos submarinos não tripulados) e navios de pequeno e médio porte realizando operações costeiras em coordenação com satélites, em simultaneidade com operações cibernéticas.
Avançando Apesar dos Desafios: Determinação Brasileira e Possíveis Aquisições
Apesar dos desafios, o Brasil demonstra determinação em seguir em frente com o projeto. A meta ambiciosa de 2040 dependerá de diversos fatores, como avanços tecnológicos, alocação de recursos e a evolução da estratégia de defesa nacional. A previsão é de uma jornada árdua, mas o potencial de consolidar o Brasil como uma potência naval proeminente é um motivador importante.
Paralelamente ao projeto do porta-aviões nuclear, a Marinha do Brasil também avalia a compra do porta-aviões HMS Prince of Wales do Reino Unido. Essa aquisição facilitaria a substituição dos antigos porta-aviões desativados, mas também enfrenta obstáculos, como o alto custo de operação e a concorrência internacional.
Fonte: Click Petróleo e Gás