O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), general da reserva do Exército Brasileiro e ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro, foi entrevistado por um time de jornalistas e comentaristas do UOL na manhã de segunda-feira, dia 11 de março.
Foram diversas perguntas sobre os mais variados temas. O que chamou a atenção numa parte das respostas do general foi o tom conciliador e de pés no chão adotado por ele.
Indagado se votaria no ex-presidente, mesmo sabendo das “reuniões mal conduzidas e mal lideradas” por Bolsonaro – caso a reeleição presidencial fosse hoje – Mourão desconversou e apenas resumiu os feitos do governo anterior, que, segundo ele, teve um saldo positivo, mas teve um fim que ele considerou “melancólico“.
O senador afirmou que “tínhamos que ter reconhecido a derrota. Perdemos. Perdemos por pouco, mas perdemos. (…)” “Perdemos agora, mas vamos melhorar para voltar mais forte em 2026“. Arrematou dizendo que “isso é do jogo democrático, a alternância de poder faz bem”. “Não somos inimigos, somos adversários”.
Perguntado sobre a radicalização e a polarização políticas atuais no Brasil, e como fazer para sair disso, Mourão disse que o fenômeno é mundial e se deve em grande parte às redes sociais, que “deram voz e voto a todos“.
O general afirmou que a receita para sair disso é que “as lideranças não devem dar corda para isso”. Não devem dizer “ó o meu lado é o lado que está certo, o outro lado está todo errado”.
Para exemplificar seu argumento, o general fez uma comparação com o cenário doméstico, dizendo: “eu sou oposição ao governo do presidente Lula, mas ele sabe que determinadas medidas que forem colocadas aqui terão o meu apoio sempre, independente de virem do presidente Lula ou de algum outro companheiro do PT que trabalhe aqui dentro”.