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A incrível história dos ataque Dambusters e as “bombas saltitantes”; Especial Segunda Guerra Mundial

Objetivo da chamada "Operação Chastise" era destruir três barragens no vale do Ruhr, o centro industrial da Alemanha

por Sociedade Militar
05/05/2024
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Na noite de 16 para 17 de maio de 1943, o comandante Guy Gibson liderou o Esquadrão 617 da Força Aérea Real, a RAF, em uma missão ousada. O objetivo era destruir três barragens no vale do Ruhr, o centro industrial da Alemanha. Conhecida como Operação ‘Chastise’, essa empreitada encontrou grandes desafios, sobretudo canhões antiaéreos inimigos e até redes anti-torpedo.

No entanto, os alemães não estavam preparados para o que viria. O Esquadrão 617 contava com uma arma secreta: a “bomba saltitante”.

Primeiro alvo

A barragem de Möhne, situada no vale do Ruhr, na Alemanha, desempenhava um papel vital sobretudo no abastecimento de água e na geração de eletricidade para a região. A destruição dessa barragem, juntamente com outras na área, era vista portanto como uma maneira de causar um grande impacto na produção de guerra alemã. Os planos para atacar essas barragens foram discutidos pela primeira vez em 1937, mas só em 1942 uma arma capaz de destruí-las foi desenvolvida, juntamente com a aeronave para lançá-la.

Barragem Moehne antes da guerra. Foto: Imperial War Museum

Ousadia e inovação

Em 1942, o engenheiro britânico Barnes Wallis iniciou o desenvolvimento de planos para uma bomba capaz de saltitar na água. Sua inspiração veio de experimentos com bolinhas de gude saltando em uma banheira de água em seu quintal. Embora inicialmente pensada para atacar navios de guerra ancorados, logo a pesquisa se concentrou no uso da arma contra barragens cruciais para a indústria alemã.

Esquadrão Nº 617 pratica o lançamento da arma de ‘Manutenção’ no campo de bombardeio de Reculver, Kent. Foto: Imperial War Museum

O Almirantado e a RAF conduziram extensivos testes em diversos locais pelo país. Esses testes revelaram que a bomba em forma de tambor, apelidada de ‘Upkeep‘, precisaria ser lançada a uma altura específica de 18 metros e a uma velocidade de 370 km/h para alcançar o efeito desejado. Ao atingir a represa, a bomba giraria na superfície da água, impulsionando-se pela parede da barragem antes de explodir em sua base.

Agora, tudo o que era necessário eram pilotos para operar os bombardeiros Lancaster especialmente adaptados para transportar a ‘Upkeep’.

Plano de ataque

No final de março de 1943, a RAF formou um novo esquadrão para executar o ataque às barragens. Inicialmente designado como Esquadrão X, o Esquadrão 617, liderado pelo comandante Guy Gibson, de apenas 24 anos, era composto por tripulações da Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e EUA. Faltando apenas um mês para o ataque, com apenas Gibson ciente de todos os detalhes da operação, o esquadrão embarcou em um intenso treinamento em voo noturno e navegação de baixo nível.

Logo estariam preparados para a Operação ‘Chastise’.

Diagrama representando o ataque Dambusters.

Os três principais alvos eram as barragens de Möhne, Eder e Sorpe. A barragem de Möhne tinha 40 metros de altura e 650 metros de comprimento. As colinas arborizadas em torno do reservatório significavam que qualquer aeronave de ataque ficaria exposta durante a aproximação. A barragem Eder apresentava uma estrutura semelhante, mas era ainda mais desafiadora, com seu reservatório serpenteante cercado por colinas íngremes, acessível apenas pelo norte. Por sua vez, a barragem Sorpe possuía um núcleo de concreto estanque com 10 metros de largura. Nas extremidades do reservatório, o terreno se elevava abruptamente, com uma torre de igreja também bloqueando o caminho das aeronaves da RAF.

Às 21h28 do dia 16 de maio, 133 tripulantes embarcaram em 19 Lancasters, divididos em três ondas, para realizar os ataques às barragens. Gibson liderava a primeira onda e sua aeronave foi a primeira a atingir o Möhne às 12h28. No entanto, cinco aeronaves tiveram que lançar suas bombas antes dele, o que provocou uma abertura na represa. As aeronaves restantes atacaram a Eder, que acabou cedendo às 1h52. Enquanto isso, as aeronaves das outras duas ondas atacaram a Sorpe, que permaneceu intacta.

Pós-ataque

Nesta imagem, o Marechal da Força Aérea Sir Arthur Harris (à esquerda) observa enquanto a tripulação do Comandante Guy Gibson passa por interrogatório padrão após o ataque. Do total de 133 tripulantes, 53 perderam a vida e três se tornaram prisioneiros de guerra. Nas áreas atingidas, quase 1.300 pessoas perderam suas vidas devido às inundações decorrentes. Apesar do impacto limitado na produção industrial, o ataque proporcionou um significativo impulso moral para o povo britânico.

Sir Arthur Harris (à esquerda) observa tripulação do Comandante de Ala Guy Gibson sendo interrogada após o ataque. Foto: Imperial War Museum

Na Ingleterra, a população recebeu a tripulação remanescente do Esquadrão 617como heróis. O comandante Guy Gibson recebeu a Cruz Vitória por suas ações durante o ataque. Além disso, o ataque solidificou a reputação do Esquadrão 617 como uma unidade especializada em bombardeio de precisão, pioneira no uso de novos sistemas de mira de bombas e métodos de marcação de alvos. Além disso, também se tornaram especialistas no uso das novas bombas colossais chamadas de “terremoto” concebidas por Barnes Wallis.


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