Segundo levantamento do jornalista Sérgio Spagnuolo, Diretor-executivo do site Núcleo, o Exército Brasileiro tem bloqueado perfis de usuários que fazem comentários ofensivos nas redes sociais, sobretudo de bolsonaristas.
Desde 2023, mais de 166 contas foram bloqueadas por utilizarem linguagem inapropriada, entre outras infrações. A nova regra do Exército permite moderar comentários ofensivos, garantindo que perfis problemáticos sejam removidos de suas plataformas.
Perfis Bloqueados
Os dados, obtidos por meio de um pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI) e divulgados nesta terça-feira (21), mostram que o Exército tem atuado ativamente para manter suas redes sociais livres de comentários ofensivos.
Segundo os dados obtidos, o Exército bloqueou perfis nas três principais redes sociais:
- Instagram (49)
- Facebook (68)
- X (antigo Twitter) (49)
Totalizando 166 perfis bloqueados.
Grande parte desses perfis é composta por usuários bolsonaristas que expressam insatisfação com o Exército e com a administração do presidente Lula, que assumiu o cargo em janeiro de 2023.
Além de bloqueios por comentários ofensivos, houve casos de spam e uma ocorrência de opinião política.
Termos Silenciados
O Exército tem adotado medidas para moderar o conteúdo em suas redes sociais. Além de monitorar perfis, também tem silenciado termos e hashtags potencialmente ofensivos. No total, 643 termos foram bloqueados: 262 no Instagram, 249 no Facebook e 132 no X (antigo Twitter).
Esses termos incluem expressões relacionadas a campanhas antidemocráticas, como “#intervencaomilitar” e palavras de baixo calão. Essas ações visam evitar a disseminação de ofensas e campanhas antidemocráticas.
Motivos dos Bloqueios
Os motivos para os bloqueios são variados. A maior parte das contas, 87 no total, foi bloqueada por uso de linguagem inapropriada, obscena, caluniosa, grosseira, abusiva ou de qualquer outra forma reprovável.
Além disso, 48 perfis foram bloqueados por divulgarem conteúdo na forma de spam ou correntes. Outros 24 perfis foram removidos devido a ameaças, assédio, injúria, calúnia ou difamação, configurando ilícitos penais.
Seis perfis foram bloqueados por promoverem conteúdo inverídico ou fraudulento. Houve ainda um bloqueio por manifestações ou opiniões de cunho político ou ideológico.
Os dados mostram uma predominância de linguagem ofensiva como principal razão para os bloqueios. Perfis que promovem spam também foram alvo significativo das ações de moderação.
Palavras e Expressões Bloqueadas
Entre as centenas de palavras e expressões bloqueadas pelo Exército no Instagram, destacam-se termos e hashtags ligadas a movimentos políticos e ofensivos. Alguns exemplos incluem: “#142já”, “#bolsonaro2022”, “#intervencaomilitar”, “frouxos”, “ladrão”, “golpistas”.
Regulação das Redes Sociais
O Exército afirma que os bloqueios seguem suas regras para o uso de redes sociais. Em abril de 2024, essas regras foram atualizadas para garantir uma gestão mais rígida e eficiente das interações online. Em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, a corporação já havia emitido novas regras de engajamento nas redes sociais, especialmente para oficiais, devido a diversas publicações políticas.