A fraude, que está sendo investigada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), envolveu a criação de um grupo no WhatsApp onde a golpista adicionou agentes aposentados e ativos endividados, prometendo reduzir suas dívidas em até 40%.
A mulher, casada com um policial civil aposentado, utilizava sua habilidade persuasiva para conquistar a confiança das vítimas. Ela alegava conhecer métodos para reduzir significativamente as dívidas dos servidores, afirmando que os títulos representativos de direitos creditórios originados por contratos mercantis poderiam ser utilizados para esse fim.
A golpista simulava a contratação de um escritório de advocacia que supostamente negociaria com os bancos para reduzir as dívidas. No entanto, para acessar esses serviços, as vítimas eram orientadas a fazer novos empréstimos.
Muitos servidores das forças de segurança, cujos contracheques estavam comprometidos por empréstimos consignados e financiamentos, confiaram na estelionatária. Uma das vítimas, uma policial civil, sofreu um prejuízo de R$ 817 mil. Ela devia ao banco pouco mais de R$ 110 mil, mas a golpista prometeu reduzir a dívida para cerca de R$ 70 mil.
A policial transferiu mais de R$ 18 mil para a mulher e passou a depositar valores na conta da golpista, do marido e da filha dela, acreditando que estava pagando ao escritório de advocacia. Ela foi orientada a fazer novos empréstimos em quatro bancos diferentes para acelerar a quitação da dívida.
O golpe começou a se revelar quando a policial começou a receber notificações de tribunais federais cobrando as dívidas. A golpista sempre afirmava que os advogados estavam lidando com o caso e que as dívidas seriam renegociadas, mas as dívidas só aumentaram.
No total, a policial transferiu R$ 258 mil para a estelionatária na tentativa de abater a dívida com os bancos. Eventualmente, tanto a policial quanto os outros servidores de segurança não conseguiram mais entrar em contato com a golpista, que parou de atender às ligações e responder às mensagens.
De acordo com a Corf, três inquéritos foram instaurados para investigar o caso, que envolve dezenas de vítimas e um prejuízo milionário. As autoridades estão trabalhando para identificar e prender a golpista, que permanece foragida.