Alerta grave! Invasão estrangeira no Exército Brasileiro: revista de doutrina militar dá maior destaque para exércitos de outros países
Uma folheada na recente edição da Revista de Doutrina Militar do Exército Brasileiro número 38, prefaceada pelo Comandante de Operações Terrestres, General de Exército André Luis Novaes Miranda, levanta um questionamento intrigante: o Brasil possui, de fato, uma doutrina militar própria? Uma análise cuidadosa da edição da revista, publicada em 15 de julho de 2024, revela uma predominância de temas relacionados ao Exército dos Estados Unidos, sugerindo uma influência considerável da doutrina norte-americana sobre a brasileira.
O fenômeno não é apenas curioso, mas também paradoxal, dado que a revista deveria, em teoria, espelhar as necessidades e especificidades das Forças Armadas do Brasil e contribuir para a criação ou evolução de um pensamento militar próprio dos brasileiros.
Artigo publicado na Sociedade Militar em 9 de novembro de 2023, intitulado “O Significado e Impacto da Fala de Comandante R1 da Marinha: Exército Baionetas para Dentro“, baseado na fala de Robinson Farinazzo, militar da reserva remunerada, discutiu a influência estrangeira sobre a doutrina militar brasileira, mencionando que não se trata de um fenômeno recente.
O artigo discute como os discursos e estratégias importadas frequentemente se sobrepõem às realidades e necessidades locais. A crítica é particularmente relevante quando observamos a tendência de replicar modelos e conceitos que, embora eficazes em outros contextos, podem não se adequar às especificidades brasileiras.
Outro texto, publicado pela revista Sociedade Militar em fevereiro de 2024 mencionava o envio de militares para a realização de cursos na Alemanha com o objetivo de realizar uma “imersão na doutrina militar da OTAN“.
A dependência de modelos estrangeiros é vista por muitos críticos como uma forma de neocolonialismo, onde a soberania e a identidade nacional são, de certo modo, subjugadas por uma potência estrangeira. Isso pode resultar em uma falta de originalidade e de inovação nas estratégias militares brasileiras, que acabam sendo adaptações de doutrinas estrangeiras ao invés de criações genuinamente nacionais.
A falta da interesse em desenvolver e resguardar conhecimento é um risco não apenas para a identidade das Forças Armadas, mas também para a sua eficácia em contextos únicos ao Brasil, como a vasta Amazônia e os complexos centros urbanos, que poderiam ser vantajosos em algum momento conflituoso.
O número incomum de 7,9 milhões de visualizações alcançado em uma postagem no perfil do “X” (antigo Twitter) da Revista Sociedade Militar, que criticava treinamentos ministrados por brasileiros para soldados dos EUA na Amazônia, onde aprenderam a trafegar nos rios brasileiros, pode ser interpretado como um claro sinal de que – no mínimo – os brasileiros se sentem muito incomodados com a intromissão de estrangeiros em questões militares que deveriam ser da alçada única e exclusiva das instituições militares nacionais.
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar