O Almirante de Esquadra Edgard Luiz Siqueira Barboza, diretor-geral do Material da Marinha, concedeu entrevista ao colunista de Política do Estadão, Marcelo Godoy, para o qual reiterou os reais motivos dos investimentos da Força Naval relacionados ao programa de construção de fragatas. A entrevista, na íntegra, foi publicada na última segunda-feira, 5 de agosto.
Barboza enfatizou que os 4 navios de alta complexidade tecnológica e produzidos no país, em Itajaí (SC), fortalecerão a capacidade de defesa do Brasil, monitoramento e proteção dos 5,7 mil quilômetros quadrados de costa.
A primeira das novas embarcações, batizada de Tamandaré, será lançada nesta sexta-feira, 9 de agosto, e terá Vera Brennand, esposa do ministro da Defesa José Múcio Monteiro, como madrinha. Depois da Tamandaré virão Jerônimo Albuquerque (2025), Cunha Moreira (2026) e Mariz e Barros (2027).
“O Programa é um elemento fundamental e um meio indispensável, pois chegarão com a importante missão de marcar a presença da Marinha do Brasil na Amazônia Azul, contribuindo para o controle de área marítima, para a defesa das nossas ilhas oceânicas, para a proteção das infraestruturas críticas marítimas e para a proteção das linhas de comunicações marítimas, destacando que mais de 90% do nosso comércio exterior é realizado pelo mar”.
O almirante destacou ainda que as fragatas possuem uma considerável capacidade de combate, operando em todos os ambientes de guerra: superfície, aéreo e submarino.
“Uma de suas principais funções é a proteção de unidades de maior valor em operações de Grupo-Tarefa, como o Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico, recentemente empregado em apoio às calamidades no estado do Rio Grande do Sul”.
Durante a entrevista, o almirante de esquadra afirmou que o PFCT (Programa de Fragatas da Classe Tamandaré), iniciado em 2017, deve consumir R$ 13,8 bilhões até 2030, mas que coloca o país na 4ª geração de transformação digital, em igualdade com países como China, Japão e Coreia do Sul.
Segundo o diretor-geral do Material da Marinha, a ocupação de postos de trabalho na região de Itajaí saltou de R$ 110,3 mil postos ativos em 2020 para 133,5 mil em 2023, o PIB aumentou e também a arrecadação em impostos, com um incremento de R$ 1,1 bilhão. Além disso, a cadeia de suprimentos já passa de 1.000 fornecedores nacionais, “contribuindo para o cenário de mobilização para retomada da indústria naval”.
Ao final da entrevista, Barboza afirmou também que o Míssil Antinavio Nacional de Superfície, que irá equipar as fragatas a partir de 2026, está em fase final de qualificação de sistemas. “Encontra-se em processo de negociação o lote inicial para fornecimento”.