Um relatório recente da Comissão sobre Estratégia de Defesa Nacional dos Estados Unidos (Commission on the National Defense Strategy) aponta que o equilíbrio de poder global está mudando a favor da China. A defasagem militar dos EUA em relação ao rápido crescimento das forças armadas chinesas e russas tem gerado preocupação em Washington. O documento alerta que, se não houver mudanças significativas, a China poderá ultrapassar os EUA como a principal potência militar do mundo.
Relatório alerta sobre investimentos
O relatório (leia aqui), elaborado por uma comissão bipartidária, foi enviado ao Congresso dos EUA e destaca a necessidade urgente de aumentar os investimentos em defesa e na indústria bélica. Sem esses investimentos, os Estados Unidos correm o risco de ficar em desvantagem em relação a seus maiores rivais, especialmente a China e a Rússia. A notícia é alarmante, mas não apresenta nenhuma novidade: a parceria militar e econômica entre esses países, reforçada recentemente, representaria uma ameaça crescente aos interesses dos EUA.
Crescimento militar chinês
Desde que Xi Jinping assumiu o poder na China em 2013, o país tem intensificado seus esforços para fortalecer o Exército de Libertação Popular. O orçamento de defesa da China já é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Mesmo assim, o rápido crescimento militar chinês tem sido difícil de acompanhar, mesmo para os americanos, que historicamente lideram em gastos militares.
Preocupação com a Rússia e aliados
Além da China, a Rússia também tem investido pesadamente em sua defesa, dedicando uma grande parte de seu orçamento federal ao setor militar. A situação é ainda mais preocupante quando se considera a crescente aliança entre China, Rússia, Irã e Coreia do Norte, o que aumenta o risco de um conflito global envolvendo múltiplos teatros de guerra. A propósito, é o que já se vê hoje.
Urgência em modernizar a Defesa
Mesmo com o atual investimento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em defesa, que corresponde a 2% do PIB de cada membro, os EUA enfrentam dificuldades em competir com os gastos militares da China e da Rússia. A China investe pesadamente em suas Forças Armadas, enquanto a Rússia continua a reconstituir seu poderio militar após a fracassada invasão da Ucrânia.
O relatório sugere que os Estados Unidos, para manterem sua posição estratégica, precisam não apenas aumentar seus investimentos, mas também modernizar sua base industrial de defesa. Caso contrário, o equilíbrio de poder continuará a se inclinar em favor da China, representando um desafio significativo para a segurança global.
Atualmente, a indústria bélica americana não consegue atender às demandas de equipamentos e munições, o que compromete a capacidade do país de se defender e de apoiar seus aliados.