O governo salvadorenho mantém estado de emergência para capturar criminosos restantes, apesar das críticas de especialistas em direitos humanos
El Salvador anunciou que a repressão às gangues violentas continuará até que todos os criminosos sejam capturados. O ministro da Segurança, Gustavo Villatoro, afirmou à Reuters que o estado de emergência, em vigor desde março de 2022, se manterá enquanto houver criminosos fugindo no país.
Desde o início da operação, mais de 64.000 supostos membros de gangues foram presos. As autoridades, no entanto, estimam que ainda restam cerca de 10.000 prisões a serem realizadas.
Impacto positivo na segurança pública
A operação, que recebe amplo apoio da população, vem apresentando resultados expressivos. O índice de homicídios no país caiu 57% em 2022, passando de 1.147 em 2021 para 495. Além disso, a extorsão, uma das principais fontes de renda das gangues, reduziu-se drasticamente. Cidadãos como Manuel, um mecânico que pagou extorsão por 12 anos, relatam uma sensação renovada de segurança: De acordo com o mecânico, “posso sair com meus filhos à noite, algo impensável antes”.
Apesar dos avanços na segurança, a operação de Bukele recebe críticas sobretudo de grupos de direitos humanos. Sob o estado de emergência, direitos constitucionais foram suspensos, permitindo prisões sem mandado, acesso irrestrito a comunicações privadas e a negação do direito a advogado. Organizações como a Human Rights Watch acusam o governo de prisões arbitrárias e tortura. No entanto, o governo nega abusos além dos permitidos pelo estado de emergência e afirma que 3.700 pessoas coagidas pelas gangues foram libertadas.
Apesar das críticas, 92% da população salvadorenha apoia a abordagem linha-dura do governo. O sucesso das políticas de Bukele chamou a atenção de outros países da região, como Honduras e Haiti, que buscam soluções para a violência de gangues em seus próprios territórios.
Pablo Marçal e sua visão sobre a segurança no Brasil
Comparando o país ao Brasil, Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo, criticou duramente o que vê como falta de ação do governo brasileiro em relação à segurança pública. Em recentes declarações, Marçal apontou que o país carece de uma estratégia efetiva para combater o crime organizado. Além disso, Marçal reiterou que é sobretudo necessário reduzir a violência nas ruas. O candidato ainda sugeriu que o Brasil poderia estar à beira de um colapso social caso não se tome estratégias mais enérgicas.

Enquanto El Salvador utiliza uma estratégia de encarceramento em massa e repressão às gangues, o Brasil, segundo Marçal, ainda carece de uma resposta firme à criminalidade. O candidato sugere que o Brasil poderia se beneficiar de uma abordagem mais incisiva, como a adotada por Bukele, para restaurar a segurança nas ruas e proteger a população. ,
O estado de emergência em El Salvador, embora polêmico, trouxe uma sensação de segurança para muitos. De acordo com Marçal, é algo que falta no Brasil.