O Exército brasileiro tenta, pelo segundo ano consecutivo, manter em sigilo detalhes sobre o pagamento de bônus a mais de 2.000 servidores civis, num montante que pode chegar a R$ 49,4 milhões em 2024.
O valor, apresentado à CGU (Controladoria-Geral da União), foi inicialmente negado à Folha em um pedido feito com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). “A divulgação de informações de caráter pessoal deve ser cuidadosamente avaliada”, justifica o Exército.
Bônus em 2024
A Força estimou o pagamento de R$ 49,4 milhões em gratificações para 2.185 servidores civis, valor bem superior aos R$ 4,8 milhões pagos em 2023. A justificativa seria “Aumentar a ‘efetividade na gestão do bem público’, fortalecer a ‘dimensão humana’”, entre outros objetivos nada claros.
“Embora a remuneração seja uma informação pública, a associação de nomes a gratificações ligadas a avaliações de desempenho pode implicar na exposição de dados pessoais”, justificou o Exército, ao tentar manter a lista de beneficiados em sigilo.
CGU e cobrança
A CGU, no entanto, já entrou no caso e determinou que a Força apresente até 21 de outubro a lista completa dos servidores, os valores pagos e de como foram atingidas as metas.
O órgão militar indicou que 2.185 servidores civis devem receber o bônus, que será calculado com base no cumprimento de metas, como aumentar a “efetividade na gestão” e fortalecer a “dimensão humana”. Apenas uma modalidade, a Gratificação de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (GDPGPE), soma R$ 38,75 milhões.