Bode expiatório: Forças Armadas são alvo de desinformação e comparação injusta com às Forças Armadas dos Estados Unidos
Em um artigo publicado na área de comentários do blog Montedo, o internauta Anderson Dias trouxe uma análise sobre o que considera ser uma campanha midiática enviesada contra as Forças Armadas do Brasil. O texto aponta para o uso de comparações descontextualizadas entre o orçamento militar brasileiro e o de superpotências como os Estados Unidos, sugerindo que essas abordagens criam um “bode expiatório” ao responsabilizar as Forças Armadas por problemas estruturais do país.
Diferenças nos orçamentos militares
Anderson Dias destaca que o orçamento das Forças Armadas brasileiras para 2024 é de R$ 77,4 bilhões, sendo 78% destinado a gastos com pessoal. Ele contrasta esse dado com o percentual equivalente nos Estados Unidos, onde apenas 22% do orçamento militar é destinado a pessoal. Contudo, o autor argumenta que essa comparação é distorcida, pois ignora a disparidade nos valores absolutos. Enquanto o Brasil gasta apenas 1,1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa, os Estados Unidos investem 3,4%.
Caso o Brasil aplicasse o mesmo percentual do PIB dos norte-americanos, o orçamento militar subiria para aproximadamente R$ 363,8 bilhões. Nesse cenário, os gastos com pessoal representariam 21,3%, um percentual similar ao dos Estados Unidos. Para o autor, isso demonstra que o percentual elevado de gastos com pessoal no Brasil é resultado do baixo orçamento total, e não de ineficiência administrativa.
Comparativos internacionais
Em 2023, os Estados Unidos destinaram US$ 916 bilhões à defesa, enquanto o Brasil alocou apenas US$ 22,9 bilhões. Essa diferença drástica compromete a capacidade de modernização e preparação das Forças Armadas brasileiras, segundo Dias. Além disso, ele ressalta que o Brasil enfrenta desafios geopolíticos únicos, como a defesa da Amazônia Verde e da Amazônia Azul, que demandam altos investimentos em tecnologia e infraestrutura, historicamente negligenciados.
Viés midiático e impacto na opinião pública
O autor também critica o que considera ser uma narrativa predominante na mídia: a de que os gastos militares brasileiros são excessivos e servem apenas para sustentar os privilégios do alto escalão. “Essa abordagem, muitas vezes alinhada a interesses partidários, que buscam descredibilizar as Forças Armadas, em especial o Exército Brasileiro, subestima a importância estratégica das Forças Armadas para um país com as dimensões e os desafios geopolíticos do Brasil”, argumenta Dias.
Ele sugere que, em vez de alimentar uma percepção negativa, a mídia deveria promover um debate equilibrado sobre a necessidade de modernização e fortalecimento das Forças Armadas. “Países que valorizam suas instituições militares, como os Estados Unidos, compreendem que a defesa é um pilar essencial para a segurança e o desenvolvimento”, defende o autor, acrescentando ainda que este seria o motivo por que a mídia deveria “atuar como um agente construtivo, incentivando debates sobre a modernização e valorização das Forças Armadas brasileiras”.
Deixe nos comentários sua opinião.