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Generais Braga Netto, Heleno e Nogueira podem ter salários de até R$ 37 mil cortados e bens bloqueados para cobrir prejuízos de R$ 56 milhões: “Não se mostra razoável que o Estado continue remunerando esses indivíduos”, diz TCU

por Sérvulo Pimentel Publicado em 26/11/2024
Generais Braga Netto, Heleno e Nogueira podem ter salários de até R$ 37 mil cortados e bens bloqueados para cobrir prejuízos de R$ 56 milhões: “Não se mostra razoável que o Estado continue remunerando esses indivíduos”, diz TCU

Os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, figuras centrais do governo Bolsonaro, podem ter seus salários – que chegam a R$ 37.988,22 – suspensos. A medida foi solicitada pelo Ministério Público junto ao TCU e inclui ainda outros 22 militares indiciados pela Polícia Federal por suposta participação na tentativa de golpe de Estado em 2022, conforme revelou o jornal Valor.

Salários milionários na mira

Lucas Furtado, representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), enviou um pedido para suspender os pagamentos aos 25 militares indiciados. Segundo o Portal da Transparência, os salários do grupo variam de R$ 10.027 a R$ 37.988,22, somando um gasto anual de R$ 8,8 milhões aos cofres públicos.

Além disso, o subprocurador também pediu o bloqueio de bens dos investigados para cobrir os danos provocados durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O prejuízo foi estimado em R$ 56 milhões pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Justiça mira Braga Netto, Heleno e Nogueira: salários e patrimônio sob risco. (Foto: Agência Brasil)

Nomes de peso na lista da PF

Os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, todos ministros durante o governo Bolsonaro, são os nomes de maior destaque entre os indiciados. Braga Netto, ex-ministro da Defesa, foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022. Augusto Heleno comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), enquanto Paulo Sérgio Nogueira liderou o Ministério da Defesa.

Ofensiva judicial

Segundo o jornal Valor, Furtado afirmou que manter os pagamentos seria uma afronta à ordem democrática. “Não se mostra razoável e legítimo que o Estado continue a dispender valiosos recursos públicos com o pagamento de régias remunerações a esses indivíduos agora indiciados por esses graves crimes”, declarou em ofício ao presidente do TCU, Bruno Dantas.

Para o subprocurador, permitir essa situação equivaleria a usar recursos públicos para sustentar agentes acusados de tentar destruir a própria democracia. O documento ainda solicita ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento do relatório final da Polícia Federal sobre o caso. O pedido segue agora para o TCU.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.