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O impacto dos chips no cenário global e militar: A disputa por semicondutores entre China e EUA aumenta a tensão na geopolítica e o conflito tecnológico

A corrida pelos chips entre EUA e China impacta o setor militar e a economia global. Veja como semicondutores dominam a geopolítica!

por Thais Santiago
13/11/2024
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O cenário geopolítico global é cada vez mais influenciado pela indústria de chips. Os EUA, China, Japão e Alemanha estão competindo para garantir a soberania na produção de semicondutores, uma tecnologia fundamental tanto para o setor militar quanto para o econômico. Recentemente, os EUA investiram bilhões em novas fábricas de chips no próprio território, enquanto o Japão se aliou à TSMC, principal fabricante mundial de semicondutores, para desenvolver sua indústria nacional.

A China, por sua vez, fortalece suas próprias operações na YMTC, sua maior produtora de chips de memória NAND, enquanto a Alemanha inaugura a primeira fábrica da TSMC na Europa. Essa corrida tecnológica, que já dura décadas, segue redefinindo a geopolítica.

O início da corrida tecnológica entre China e EUA

A história dos semicondutores remonta aos anos 50 e 60, quando a Fairchild Semiconductor, uma empresa americana, foi pioneira na produção de chips de silício. A empresa, inicialmente uma divisão da Fairchild Camera and Instrument, fornece tecnologia para o Exército dos EUA, incluindo câmeras para aeronaves e computadores para o programa espacial Apollo. O Exército e o setor militar americano financiaram boa parte do desenvolvimento tecnológico no Vale do Silício, e a Fairchild logo vendeu semicondutores para a IBM, que integrava os chips em sistemas de defesa como o bombardeiro supersônico B-70.

Nesse contexto, Gordon E. Moore, cofundador da Fairchild e da Intel, escreveu o artigo “The Experts Look Ahead” em 1965. Nele, Moore formulou o que se tornaria a Lei de Moore, evitando que o número de transistores nos chips dobraria a a cada dois anos, impulsionando a capacidade de processamento e redução do custo. Durante a Guerra Fria, a União Soviética buscou replicar essa tecnologia americana, mas a superioridade dos EUA em semicondutores manteve o país na frente. Desde então, os chips têm sido parte essencial da estratégia militar e econômica dos EUA, estabelecendo-se como bases para o domínio atual.

As máquinas de litografia e a exclusividade tecnológica da ASML

Hoje, a fabricação de semicondutores avançados depende da tecnologia EUV (ultravioleta extremo), fabricada exclusivamente pela ASML, uma empresa holandesa. Cada máquina de litografia EUV, essencial para produzir os chips mais sofisticados, custa entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões. Essas máquinas operam em ambientes de vácuo com luz ultravioleta, gravando circuitos ultrafinos em wafers de silício, onde ficam os transistores que contêm a redução.

A ASML se tornou um elo crucial na cadeia de suprimentos de chips, com seus equipamentos de alta precisão alimentando a produção de gigantes como a TSMC e a Samsung. Essa dependência na ASML e sua tecnologia exclusiva é um fator-chave na geopolítica dos semicondutores. O domínio da ASML possibilita a manutenção da Lei de Moore, garantindo que os dispositivos continuem a evoluir. Porém, esse monopólio sobre a tecnologia EUV também torna a cadeia de suprimentos vulnerável a conflitos geopolíticos, especialmente no confronto entre os EUA e a China.

A corrida dos EUA e da China para controlar os chips de Taiwan

Para os EUA, a dependência de chips avançados fabricados pela TSMC, em Taiwan, é considerada um risco de segurança nacional. Esses chips são essenciais para indústrias estratégicas dos EUA, desde a defesa até a tecnologia de ponta. Preocupados com essa concentração da produção, os EUA aprovaram, em 2022, o CHIPS Act, destinando bilhões de dólares para subsidiar a fabricação de semicondutores em território americano. A TSMC está construindo uma nova fábrica no Arizona, uma ação que visa reduzir a vulnerabilidade da cadeia de suprimentos americana.Para a China, a disputa é ainda mais complexa. Taiwan é vista não apenas como uma questão territorial, mas como uma fonte crítica de tecnologia de ponta.

Se a China controlasse Taiwan, teria acesso direto à TSMC e à tecnologia de semicondutores mais avançada do mundo. No entanto, as avaliações dos EUA restringem o acesso da China às máquinas de litografia EUV da ASML, bloqueando a sua capacidade de fabricar chips com tecnologia abaixo de 7 nm. Isso limita o avanço da China em setores cruciais de defesa e tecnologia.A crescente presença militar da China no estreito de Taiwan e a sua insistência em reunificar a ilha colocam em risco a estabilidade regional e global. Caso ocorresse uma interrupção na produção de semicondutores na TSMC, os impactos seriam sentidos em toda a economia global, afetando desde a indústria automotiva até o setor de eletrônicos de consumo.

Impacto geopolítico e econômico: Um futuro definido pela competição tecnológica

A disputa por semicondutores transcende a rivalidade entre os EUA e a China, envolvendo o mundo inteiro. A dependência global dos chips fabricados em Taiwan cria uma vulnerabilidade significativa. Se um conflito militar afetasse a produção da TSMC, as consequências poderiam desencadear uma crise econômica sem precedentes, impactando cadeias de suprimentos em diversos setores.

Países como Japão, Coreia do Sul, Alemanha e os próprios EUA estão investindo em novas fábricas de semicondutores para reduzir a dependência de Taiwan e garantir a continuidade da produção de chips. A corrida tecnológica é mais intensa do que nunca, com cada país buscando garantir uma fatia maior da produção global e proteger sua segurança econômica. Taiwan, no entanto, permanece no epicentro dessa disputa, enquanto as geopolíticas aumentam entre as duas maiores potências mundiais, os EUA e a China.No coração da tensão está a TSMC, líder mundial em semicondutores, uma indústria que molda não apenas a economia, mas a política de poder e segurança em escala global.

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