Navios de guerra no Camboja reacendem rivalidades e aumentam tensão no sudeste asiático
A base naval de Ream, localizada na Cambodja, tornou-se um dos principais pontos de atenção nas disputas geopolíticas do sudeste asiático. Com financiamento da China para sua expansão e modernização, o local é visto pelos Estados Unidos como uma possível plataforma militar chinesa, provocando tensões diplomáticas e reações de potências regionais.
O antigo primeiro-ministro cambodjano, Hun Sen, anunciou recentemente que o Japão terá acesso à base, aumentando a complexidade do tabuleiro político local. O país asiático, aliado histórico dos EUA, recebeu a concessão de visitas e manobras militares na área, o que equilibra parcialmente o avanço da influência chinesa na região.
Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos enviou uma fragata para o porto de Sihanoukville, a poucos quilômetros de Ream, marcando o primeiro atracamento de uma embarcação americana no território cambodjano em oito anos. A presença naval americana visa monitorar os avanços chineses e garantir parcerias estratégicas.
Base de Ream se torna peça-chave na corrida por influência no Mar do Sul da China
A base de Ream está situada próxima à entrada do Golfo da Tailândia, um ponto estratégico para o comércio marítimo e para operações militares. Desde 2022, o local passou por um intenso processo de modernização financiado por Pequim, o que despertou preocupação em Washington sobre o real propósito da reforma.
A Cambodja nega que tenha firmado um acordo secreto com a China para transformação de Ream em uma base naval permanente para a Marinha chinesa. No entanto, a frequente presença de navios militares de Pequim no local reforça as suspeitas de que a infraestrutura está sendo preparada para abrigar forças chinesas de maneira contínua.
Para tentar reduzir as tensões, autoridades cambodjanas declararam recentemente que a base estará aberta também para embarcações militares dos Estados Unidos e de outros países, mas analistas continuam céticos quanto à verdadeira intenção por trás do projeto.
Estados Unidos e Japão reforçam presença militar para conter avanço chinês na Ásia
O envolvimento do Japão na base de Ream é visto como um movimento estratégico para contrabalançar o crescente poderio militar chinês no sudeste asiático. Durante visita à Cambodja, o conselheiro de segurança nacional japonês, Akiba Takeo, recebeu garantias de Hun Sen sobre o direito de visita e operação de navios japoneses no local.
O Japão é um dos principais aliados dos EUA na região e tem investido em cooperação militar com países do sudeste asiático para conter o avanço chinês. A visita também simboliza o fortalecimento de relações diplomáticas entre Tóquio e Phnom Penh, aumentando a presença japonesa como mediadora no equilíbrio de forças.
Por outro lado, Pequim não emitiu declarações oficiais sobre a presença japonesa na base, mas especialistas apontam que a China pode endurecer sua postura no Mar do Sul da China, onde já disputa territórios com nações vizinhas.
O futuro da base de Ream: um ponto de equilíbrio ou de conflitos?
Analistas internacionais alertam que a base de Ream pode se tornar um ponto-chave em futuros conflitos envolvendo potências militares na ásia. Caso a China consolide sua presença na área, haverá impacto direto nas disputas do Mar do Sul da China, afetando a liberdade de navegação e o comércio internacional.
Com os Estados Unidos e Japão fortalecendo alianças na região, o sudeste asiático se torna cada vez mais um campo de equilíbrio tenso entre as potências mundiais. A Cambodja, por sua vez, precisa administrar cuidadosamente as pressões externas para evitar se tornar um palco de confrontos diretos.
Com informações de: ilgiornale