A França sofreu mais um revés em suas relações com o Brasil. O Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou o recurso da empresa francesa KNDS contra a compra de obuseiros autopropulsados Atmos, da israelense Elbit Systems, pelo Exército Brasileiro. A decisão, divulgada na última quarta-feira, 4, liberou as Forças Armadas para dar prosseguimento à aquisição dos equipamentos militares.
A KNDS, que ofereceu o obuseiro Caesar, havia questionado a escolha do Exército, alegando irregularidades no processo licitatório. No entanto, o TCU, após análise minuciosa dos argumentos, decidiu manter a decisão original, que favoreceu a proposta israelense.
Mais um capítulo na disputa
A disputa pela venda de obuseiros ao Exército Brasileiro marca mais um capítulo na conturbada relação entre Brasil e França nos últimos meses. Em paralelo, os dois países travam uma batalha diplomática em torno do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que enfrenta forte oposição de Paris.
Obuseiro Atmos e rejeição de recurso Francês
O Tribunal de Contas da União (TCU) negou um recurso da fabricante francesa KNDS contra a aquisição do obuseiro Atmos, da israelense Elbit Systems, pelo Exército Brasileiro. A decisião reforça a estratégia do Brasil de diversificar fornecedores militares e reduzir sua dependência de aliados tradicionais como a França.
O TCU destacou que a escolha do Atmos foi baseada em critérios técnicos e econômicos. A empresa francesa argumentava que seu sistema Caesar era mais adequado, mas ficou em terceiro lugar na licitação, atrás também do Zuzana 2, da Excalibur International. A decisião também evidenciou a maturidade do sistema israelense, já utilizado em várias operações globais.
França em recuo
A derrota no caso do obuseiro somou-se às frustrações francesas com o Brasil. O governo francês, que já havia perdido a licitação para o fornecimento de caças da Força Aérea Brasileira, agora vê sua influência no campo da defesa diminuir ainda mais. A escolha do caça Gripen, da sueca Saab, em detrimento do Dassault Rafale, foi um dos primeiros sinais dessa mudança de postura.
A parceria franco-brasileira também tem sido testada em projetos estratégicos, como o programa de submarinos da Marinha do Brasil. Além disso, o desenvolvimento do míssil antinavio Mansup, substituto do francês Exocet, reforça a busca brasileira por autonomia tecnológica.
Repercussões futuras
A decisão do TCU fortalece a parceria entre Brasil e Israel na área de defesa. O obuseiro Atmos, já testado em diversos conflitos, é considerado um dos mais modernos e eficientes do mundo. A aquisição dos equipamentos israelenses demonstra a intenção do Brasil de diversificar seus fornecedores militares e buscar soluções tecnológicas de ponta para suas Forças Armadas.
Reações da França
A embaixada francesa no Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão do TCU. No entanto, a rejeição do recurso da KNDS é mais um duro golpe para a França, que buscava ampliar sua influência no mercado de defesa brasileiro.
O que está em jogo?
A disputa pelos obuseiros vai além de uma simples negociação comercial. Ela reflete a disputa por influência geopolítica na América Latina e a busca por parceiros estratégicos para o desenvolvimento de tecnologias militares de ponta.
Próximos passos
Com a decisão do TCU, o caminho está livre para a finalização da compra dos obuseiros israelenses. O Exército Brasileiro deve agora iniciar os procedimentos para a formalização do contrato e a entrega dos equipamentos. A França, por sua vez, terá que avaliar os impactos dessa nova derrota em suas relações com o Brasil e buscar novas oportunidades de cooperação.