Nos últimos dez anos, o Tribunal de Contas da União (TCU) cancelou 448 pensões militares, segundo revelou o portal Metrópoles em matéria publicada no último domingo (22). A decisão envolveu 165 benefícios julgados ilegais, 15 anulados por determinação judicial e 161 classificados como “outros”, evidenciando fraudes e irregularidades que geraram prejuízos milionários às Forças Armadas.
Mais de R$ 54 milhões em perdas conhecidas
Os cancelamentos integram uma série de ações que apontam saques indevidos e manipulações no sistema previdenciário das Forças Armadas. Apenas o Exército e a Marinha registraram prejuízos de R$ 54 milhões nos últimos anos. A Força Aérea Brasileira (FAB) não divulgou dados detalhados, alegando ausência de sistema que consolide as informações.
Como as fraudes acontecem
Fraudes incluem falsificação de documentos, sósias para provas de vida e simulações de uniões estáveis. Um caso emblemático envolveu uma filha que, por 17 anos, usou uma idosa como sósia da mãe já falecida, gerando prejuízo de R$ 230 mil ao Exército. Outro destaque foi o casamento orquestrado entre uma mulher e um militar de 85 anos com esquizofrenia, garantindo à “viúva” mais de R$ 360 mil até ser descoberta.
Impacto e desafios no controle
Apesar de altos valores, o percentual de fraudes é pequeno, segundo o Ministério Público Militar. Especialistas apontam a necessidade de maior integração entre cartórios e órgãos militares para reduzir atrasos na comunicação de óbitos, principal brecha para irregularidades.