Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.

Vale a pena servir à Pátria? Os desafios e recompensas de entrar no Exército Brasileiro

por Rafael Cavacchini Publicado em 31/12/2024
Vale a pena servir à Pátria? Os desafios e recompensas de entrar no Exército Brasileiro

Vale a pena entrar para o Exército Brasileiro hoje em dia?

A carreira militar desperta fascínio e admiração, mas também exige sacrifícios significativos. Integrar o Exército Brasileiro (EB) não é apenas uma escolha profissional; é uma decisão de vida. Quem opta por fazer a jornada do Exército Brasileiro deve estar disposto a enfrentar desafios físicos, psicológicos e familiares. Afinal, o lema “Braço Forte, Mão Amiga” reflete não só a força necessária para defender a pátria, mas também o compromisso de servir à sociedade em situações extremas.

Missões de paz e Defesa Nacional: a atuação global do Exército Brasileiro

O Exército Brasileiro desempenha papéis cruciais tanto dentro quanto fora do país. Além de ser responsável pela defesa do território nacional, a instituição é frequentemente convocada para missões de paz organizadas pela ONU. Em contextos como o Timor Leste (1999), o Haiti (2004) e o Sudão, os militares brasileiros levaram ajuda humanitária, restauraram a ordem e protegeram populações vulneráveis.

Mesmo em tempos de paz, o Exército mantém sua presença em áreas críticas. Nos últimos anos, o EB foi acionado para garantir a segurança pública durante greves das polícias militares, como na Bahia (2014), Espírito Santo (2017) e Ceará (2020). Por lá, o Exército Brasileiro assumiu o papel de assegurar sobretudo a ordem constitucional em meio ao caos.

Exigências físicas e psicológicas: o preparo do combatente

Ingressar no Exército Brasileiro significa enfrentar principalmente desafios físicos e psicológicos extremos. A rotina militar exige sobretudo força para carregar equipamentos pesados, como o rifle FAL. Além disso, é preciso resistir a condições adversas, como marchas longas, privação de sono e busca de recursos na natureza.

Quem almeja integrar unidades especializadas, como o Batalhão de Infantaria Paraquedista, deve estar preparado para situações ainda mais intensas. O salto HALO (High Altitude, Low Opening) é um bom exemplo disso, que exige saltar de 10 mil metros de altura e acionar o paraquedas próximo ao solo. Essa técnica, usada para evitar detecção por radares inimigos, coloca o corpo e a mente à prova.

Problemas físicos como cãibras, dores musculares e lesões na coluna são comuns. Contudo, mais desafiador ainda é o desgaste psicológico. A superação mental é essencial para quem busca uma carreira de praça ou oficial combatente.

Tecnologia e artilharia Pesada: o poder do Exército Brasileiro

O EB se mantém preparado para cenários de guerra moderna com o apoio de tecnologias avançadas. Entre os destaques está o sistema Astros 2020, desenvolvido pela brasileira Avibrás, capaz de lançar mísseis de longo alcance e foguetes de diferentes tipos, incluindo explosivos, incendiários e fragmentários.

Um dos armamentos mais impressionantes é o míssil de cruzeiro AV-TM 300 “Matador”. O armamento possui alcance de 300 km e capacidade de mudar de trajetória com base em coordenadas GPS. Além disso, o “Matador” pode liberar 64 munições menores, devastando uma ampla área.

Essas inovações mostram que o Exército está preparado para defender o Brasil contra ameaças externas com poder de fogo devastador, reforçando sua capacidade de dissuasão.

Rotinas e sacrifícios: A vida itinerante do militar

A vida no Exército exige sobretudo mobilidade constante. Com quartéis espalhados por todo o território nacional, os militares frequentemente recebem transferências para diferentes estados. Isso pode ser um desafio principalmente para aqueles que valorizam a proximidade da família.

Além disso, situações de emergência, como invasões ou ameaças externas, demandam prontidão total. Os treinamentos regulares, como testes de tiro e exercícios de combate na selva, são essenciais para garantir que os soldados estejam preparados para agir a qualquer momento.

Até mesmo habilidades específicas, como saber cair na água de um trampolim de 10 metros sem deslocar os braços, fazem parte do rigoroso treinamento militar.

Gratificação e Orgulho: a recompensa do serviço militar

Apesar dos desafios, a vida no Exército Brasileiro também oferece momentos gratificantes. Utilizar o treinamento para ajudar os mais necessitados, restaurar a ordem em comunidades vulneráveis e receber reconhecimento da ONU são conquistas que enchem de orgulho quem dedica sua vida à caserna.

Os militares têm a oportunidade de servir a um propósito maior, contribuindo diretamente para a segurança e o bem-estar da população brasileira, além de representar o país em missões internacionais.

Para aqueles que buscam uma vida de sacrifício, disciplina e serviço à pátria, o Exército oferece não apenas um emprego, mas um estilo de vida que reflete os valores de dedicação e superação. A pergunta que resta é: você está preparado para enfrentar esse desafio?


Revista Sociedade Militar

Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.