Com as tensões nas fronteiras brasileiras em alta, o Exército Brasileiro intensifica seus investimentos em armamentos. Em uma licitação internacional, a empresa turca Canik Arms foi escolhida para fornecer 200 metralhadoras calibre .50, que serão integradas às torres Remax de veículos blindados Guarani e M113. A medida visa modernizar as Forças Armadas e garantir maior capacidade de resposta em eventuais conflitos. O contrato, totalizando US$ 3,3 milhões, foi vencido pela fabricante turca, que ofereceu o melhor preço no pregão.
Novo armamento para blindados brasileiros
As metralhadoras M2 QCB, conhecidas pela precisão e confiabilidade, serão usadas para equipar o Guarani 6×6, veículo produzido no Brasil pela Iveco e altamente elogiado por sua versatilidade. Capaz de transportar tropas e operar em diversas configurações – incluindo lançadores de morteiros e estações de armas automatizadas –, o Guarani já é utilizado por outros países aliados.
Além do Guarani, os veículos de transporte M113 também receberão as novas torres Remax com as metralhadoras turcas. Esses blindados, amplamente utilizados em operações terrestres, ganharão maior poder de fogo, aumentando a capacidade operacional da infantaria mecanizada e da cavalaria blindada.

Tecnologia e evolução doutrinária
As torres Remax oferecem ao Exército Brasileiro a capacidade de operar em ambientes adversos, com visão noturna e pontaria em movimento. Com a possibilidade de integrar sistemas de radar e munições avançadas, como o tipo ABM, o Brasil prepara-se para implementar tecnologias capazes de abater drones e aeronaves em altitudes de até 9 km.
Além disso, o futuro da defesa brasileira inclui planos para incorporar o veículo Centauro 2 e novos sistemas de lançamento de mísseis anticarro, indicando uma mudança significativa na doutrina militar do país, que passa a priorizar sistemas automatizados e inteligentes.
Canik vence concorrência internacional
Segundo o site The Gun Trade, a licitação, realizada em setembro passado pela comissão do Exército Brasileiro em Washington, contou com a participação de grandes nomes do mercado global, incluindo a belga FN Herstal, até então a principal fornecedora desse tipo de armamento para o Brasil. Com uma proposta de US$ 16.655 por unidade, a Canik Arms garantiu sua primeira vitória em licitações brasileiras.
De acordo com Marcelo Costa, representante da empresa, o contrato firmado no modelo “framework agreement” prevê a entrega das armas em até 12 meses. A vice-presidente da Canik, Didem Aral, destacou o interesse da fabricante em expandir sua atuação no segmento de defesa pesada.
Estratégia pragmática de defesa
Embora o Brasil tenha capacidade para produzir sistemas de armamento no mercado interno, o pragmatismo internacional norteia a estratégia do país, que mantém parcerias comerciais e de defesa com diversas nações. Esse movimento fortalece não apenas a modernização das forças armadas, mas também o posicionamento do Brasil no cenário global de equipamentos militares.