O Exército dos Estados Unidos escolheu a empresa britânica BAE Systems para desenvolver o protótipo de um canhão de artilharia de 155 mm com capacidade para disparar projéteis hipersônicos. Nomeado como Multi-Domain Artillery Cannon (MDAC), o sistema foi anunciado publicamente em 20 de dezembro de 2024. O contrato foi concedido diretamente à BAE Systems, sem processo de concorrência, devido à experiência comprovada da empresa no setor de defesa.
Com foco em defesa aérea, o MDAC é projetado para interceptar drones, mísseis de cruzeiro, aeronaves e helicópteros. O sistema também será integrado às redes de controle e defesa existentes, como o Integrated Battle Control System (IBCS) e o Integrated Air and Missile Defense (IAMD). Além disso, o projeto inclui um orçamento inicial de US$ 67 milhões para 2025, com investimentos adicionais planejados nos próximos anos.
Sistema deve contar com testes operacionais até 2028
A expectativa é que a primeira bateria completa do MDAC seja entregue no último trimestre de 2027. Essa bateria será composta por oito unidades de artilharia MDAC, quatro radares multifuncionais (MFPR), dois sistemas de gerenciamento de batalha (MDBM) e, pelo menos, 144 projéteis hipersônicos (HVP). Os testes operacionais estão programados para ocorrer em 2028.
O MDAC será um sistema altamente móvel e autopropulsado, com grande capacidade de automação e alta cadência de disparo. O projeto foi desenvolvido para proteger bases fixas e semi-fixas contra ameaças aéreas, além de oferecer suporte a sistemas de defesa existentes. Durante o processo de desenvolvimento, o feedback de soldados será coletado para ajustar os requisitos do sistema e garantir eficiência em campo.
Projetis hipersônicos alcançam velocidade Mach 5 e 80 km de alcance
O grande diferencial do MDAC será o uso de munições hipersônicas HVP, projetadas para alcançar velocidades superiores a Mach 5 (mais de 6.000 km/h). Esses projéteis foram inicialmente desenvolvidos como parte do programa de canhões eletromagnéticos, e posteriormente adaptados para uso em artilharia naval e terrestre. Testes realizados em 2020 demonstraram que projéteis HVP disparados de um obuseiro M109A6 Paladin conseguiram interceptar alvos simulando mísseis de cruzeiro.
Os projéteis HVP possuem um custo estimado de US$ 86 mil por unidade, segundo dados de 2018, e contam com motores foguete para impulsionar sua velocidade e alcance, que pode chegar a 80 quilômetros. A avaliação final da tecnologia está marcada para 2028, quando será analisada a viabilidade de sua implantação em larga escala para defesa de bases militares, especialmente no cenário de potenciais conflitos no Pacífico.
Com histórico de parcerias estratégicas, a BAE Systems tem investido no aumento da produção e na modernização de suas instalações para atender à crescente demanda. Esse novo contrato com o Exército dos EUA reforça a posição da empresa como líder global no desenvolvimento de tecnologias de defesa avançadas.
Com informações de: interestingengineering