A primeira mulher a servir à Pátria no Exército brasileiro foi Maria Quitéria de Jesus, durante o processo de independência. Contudo, foi somente em 1944 que as mulheres puderam atuar legalmente nas Forças Armadas, inicialmente como enfermeiras durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, as mulheres já integram as fileiras das três Forças Armadas como oficiais e sargentos de carreira e temporários. Já o serviço militar feminino inicial é uma novidade que está trazendo números impressionantes.
As mulheres nas Forças Armadas
A Marinha do Brasil começou a incorporar formalmente as mulheres em suas fileiras em 1980, com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva. Desde então, as mulheres foram, lenta mas tenazmente conquistando seu espaço.
Ombreando com os homens, elas participam ativamente de funções e operações bastante variadas.
Em 2012, a contra-almirante Dalva Maria Carvalho Mendes se tornou a primeira mulher promovida ao posto de Oficial-General.
Já na Força Aérea Brasileira o ingresso das mulheres teve início em 1982 com a incorporação das primeiras alunas. Assim como na Força naval, elas desempenham funções variadas, como médicas, controladoras de tráfego aéreo e aviadoras.
Atualmente, cerca de 13.725 mulheres estão na ativa na FAB, representando parcela considerável do efetivo.
O novo modo de ingresso gera enorme procura
É grande a procura de candidatas pelo alistamento para o Serviço Militar Inicial Feminino. Nos dez primeiros dias, mais de 18 mil mulheres se alistaram para o processo de seleção.
A atração de 18.000 candidatas ao serviço militar feminino em apenas 10 dias é um número impressionante e indica um forte interesse por parte das mulheres em participar das Forças Armadas, e em última análise, demonstrando o interesse em servir ao País e incorporar-se às Forças Armadas.
Conforme publicado no site do Exército, a novidade tão aguardada pelas jovens brasileiras, – o inédito alistamento feminino e voluntário – teve início no dia 1º de janeiro e prossegue até 30 de junho desse ano.
Serão 1.500 vagas abertas às mulheres que completam 18 anos em 2025 e almejam incorporar como soldados.
“Por que só homem podia servir e a mulher, não!?”
Uma das jovens que realizaram o alistamento é Lavínia Ávila Félix, moradora de Porto Alegre. Entrevistada em reportagem pela TV RBS, do Rio Grande do Sul, ela destaca que sempre sonhou em servir às Forças Armadas, muito por conta das histórias contadas pelo seu pai.
“Eu sempre perguntei ao meu pai por que só homem podia servir e a mulher, não. Resolvi me alistar porque, desde pequena, meu pai falou muito sobre a experiência que ele teve em quartel e como criou amizades e vínculos lá dentro. Quero dar seguimento a essa história”, comentou.
Porto Alegre, onde Lavínia se alistou, é uma das 29 cidades brasileiras com previsão de vagas para as mulheres que desejam servir como soldados.
O alistamento feminino é voluntário e está disponível on line no site alistamento.eb.mil.br ou no aplicativo do Exército Brasileiro. Outra opção é o alistamento presencial, nas Juntas de Serviço Militar.
As candidatas podem optar por servir em uma das três Forças: Marinha, Exército ou Aeronáutica. As condições do alistamento feminino estão previstas no Decreto nº 12.154, de 27 agosto de 2024.
As dúvidas e perguntas sobre o processo podem ser obtidas no endereço eletrônico.
Saiba mais sobre as formas de ingresso.