Em uma movimentação que promete revolucionar a indústria de defesa nacional, o Brasil deu um passo decisivo para desenvolver seu próprio míssil antiaéreo. A Marinha do Brasil firmou acordo com a empresa brasileira SIATT para a definição do Conceito Operacional dos Mísseis Superfície-Ar (MSA) e Mísseis Ar-Superfície (MAS), conforme anunciado em 20 de fevereiro durante a IDEX 2025, em Abu Dhabi. A informação foi publicada pela revista Asas.
Tecnologia nacional em expansão
Segundo a revista, o projeto utilizará como base os conhecimentos já adquiridos no desenvolvimento do Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP), que atualmente se encontra em fase de testes avançados.
“O objetivo principal é equipar a marinha brasileira com um míssil superfície-ar de origem nacional”, destaca o anúncio oficial, evidenciando a importância estratégica desta iniciativa para a soberania tecnológica do país.

Um histórico de tentativas
Em vídeo publicado nesta segunda-feira (24), o canal Global Militar relembra outras iniciativas do Brasil para desenvolver mísseis antiaéreos, como o Piranha e o A-Darter. Ambos eram originalmente do tipo ar-ar, embora pudessem ser adaptados para lançamento de plataformas terrestres “com poucas modificações como o acoplamento de Boosters”.
Infelizmente, “nenhum desses projetos vingou no Brasil”, com o “Piranha UMB nunca saindo do papel” e o A-Darter, apesar de ter sido industrializado na África do Sul após vários atrasos, “sequer chegou a ser adquirido pela força aérea brasileira”.
Potencial para múltiplas aplicações
O acordo assinado entre a SIATT e a Marinha tem como foco principal “fortalecer a capacidade de defesa nacional e também aprimorar tecnologias de emprego militar”, de acordo com Poder Naval.
Além da versão superfície-ar, o projeto prevê o desenvolvimento de “uma versão do MANSUP para ser lançada a partir do ar”, ampliando as capacidades operacionais das forças armadas brasileiras.
Possível integração com o Exército
O potencial do projeto vai além da Marinha. Dependendo das especificações técnicas, o novo míssil “poderia também integrar, num futuro próximo, o projeto de defesa aérea do exército brasileiro”, ampliando significativamente o alcance desta tecnologia nacional.
Fase inicial e sigilo
Por estar ainda “em fase conceitual”, detalhes técnicos do projeto não foram divulgados. Especialistas em defesa, no entanto, comparam o potencial do novo míssil brasileiro com sistemas internacionais como o míssil CAMM (Míssil Modular Antiaéreo Comum) da empresa MBDA, que alcança distâncias de até 45 km e velocidade de Mach 3.