O Serviço Militar Inicial Feminino, que permite o ingresso voluntário de mulheres nas Forças Armadas por meio de alistamento, se aproxima do terceiro mês de inscrições apresentando interesse relevante Brasil afora.
De acordo com o Exército, desde 1º de janeiro já se alistaram mais de 23,5 mil mulheres. O interesse, no entanto, varia conforme a região.
Em Mato Grosso do Sul, segundo o Comando Militar do Oeste, se inscreveram até então 399 jovens para as 99 vagas disponíveis nos municípios de Campo Grande, Corumbá e Ladário, o que dá uma concorrência ligeiramente superior a 4 candidatas por vaga (4,03).
No Sul, a concorrência está 3 vezes maior: 12,57 candidatas por vaga. De acordo com o Comando Militar do Sul, 1.059 mulheres se inscreveram no Paraná e 1.493 se inscreveram no Rio Grande do Sul para as 203 vagas disponibilizadas na totalidade dos Estados.
Na região Norte, 1.004 jovens nascidas em 2007 já se inscreveram no Pará, que oferece 55 vagas segundo o Comando Militar do Norte. O que dá uma concorrência de 18,25 candidatas por vaga.
Já na região Leste do país mora a maior concorrência, pelo menos entre os Comandos que responderam ao questionamento da Revista Sociedade Militar.
O Rio de Janeiro concentra 6.145 inscrições e Minas Gerais, com exceção do Triângulo Mineiro, 1.266 inscritas. Como são 220 vagas disponibilizadas pelo Comando Militar do Leste, existem atualmente 33,69 candidatas por vaga.
Esse número coloca o Serviço Militar Inicial Feminino mais concorrido na região do que 6 cursos do top 10 de disputa da USP (Universidade de São Paulo), eleita em 2024 pelo segundo ano consecutivo como a melhor universidade da América Latina e Caribe.
Em 10º lugar, Design tem concorrência de 22,1, seguido por Engenharia Aeronáutica (em 9º) com 22,9 e Jornalismo (em 8º) com 26,2. Ciências Biomédicas (7º) tem concorrência de 26,3 candidatos por vaga e Publicidade e Propaganda (6º) tem 28,6. Já Audiovisual é o 5º curso mais concorrido da USP com uma relação candidato/vaga de 32,3.
Os cursos mais concorridos da universidade, segundo a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), são Medicina (96,5), Psicologia (55,6), Relações Internacionais (42,5) e Psicologia – Campus Ribeirão Preto (35,3).
Até quando vão as inscrições?
As inscrições do Serviço Militar Inicial Feminino vão até 30 de junho no site https://alistamento.eb.mil.br/alistamento ou presencialmente em uma Junta de Serviço Militar dos municípios com unidades militares participantes.
Para onde são as vagas do Serviço Militar Inicial Feminino?
Ao todo são 1.465 vagas divididas entre os Estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.
As jovens que desejam participar devem completar 18 anos ainda neste ano de 2025, morar em um dos municípios contemplados com a vaga e apresentar certidão de nascimento, comprovante de residência e documento oficial com foto, como RG (carteira de identidade) ou CTPS (carteira de trabalho).
Os municípios contemplados são Águas Lindas de Goiás (GO), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Canoas (RS), Cidade Ocidental (GO), Corumbá (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Formosa (GO), Fortaleza (CE), Guaratinguetá (SP), Juiz de Fora (MG), Ladário (MS), Lagoa Santa (MG), Luziânia (GO), Manaus (AM), Novo Gama (GO), Pirassununga (SP), Planaltina (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santa Maria (RS), Santo Antônio do Descoberto (GO), São Paulo (SP) e Valparaíso de Goiás (GO).
Quando as mulheres voluntárias serão incorporadas nas Forças Armadas?
As selecionadas serão incorporadas no 1º ou 2º semestre de 2026 (de 2 a 6 de março ou de 3 a 7 de agosto), ocupando a graduação de soldado (Exército e Aeronáutica) ou marinheiro-recruta, no caso da Marinha, e terão os mesmos direitos e deveres dos homens.
Entre os benefícios, além da remuneração, estão adicional de férias, acesso ao sistema de saúde, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, auxílio-natalidade, licença-maternidade, auxílio pré-escolar e contagem do tempo de serviço militar para aposentadoria.
O Serviço Militar Inicial Feminino garante às mulheres incorporadas 12 meses de atuação no Exército, Marinha ou Aeronáutica. Após esse período, o serviço poderá ser prorrogado e durar no máximo 8 anos, já contando com os 12 meses iniciais, o que dependerá do interesse da militar em continuar nas Forças Armadas, da aptidão e também da existência de vaga.
No caso dos homens, o Serviço Militar Inicial também tem 12 meses, mas pode ser diminuído para 10 meses ou estendido por mais 6 meses mediante determinação dos Comandantes de cada Força.
Após o fim do Serviço Militar Inicial Feminino as mulheres vão para a reserva remunerada?
Por não adquirirem estabilidade no serviço militar, as mulheres voluntárias passarão a compor a reserva não remunerada das Forças Armadas após serem desligadas do serviço ativo.
Também após o cumprimento do tempo de serviço militar, a reservista deverá se apresentar anualmente durante 5 anos consecutivos após o licenciamento. Nos primeiros 4 anos a apresentação poderá ser feita de forma online. Já no último ano a apresentação deve ser presencial em qualquer Organização Militar ou Junta de Serviço Militar.
Em caso de guerra, as mulheres reservistas serão convocadas juntamente com os homens.