O número de médicos refratários e insubmissos ao serviço militar obrigatório tem aumentado no Rio Grande do Sul, gerando preocupações dentro do Exército. Atualmente, cerca de um terço dos candidatos recrutados anualmente recusa ou tenta evitar a convocação alegando problemas de saúde. O tema foi debatido em uma reunião entre o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) e o Comando Militar da 3ª Região. A informação foi divulgada pelo Cremers, que participou do encontro nessa sexta-feira (31), em Porto Alegre.
Segundo o encarregado jurídico do Comando Militar da 3ª Região, coronel Mattos Júnior, cerca de 700 médicos se inscrevem anualmente para disputar 208 vagas no Exército gaúcho. Os não selecionados são encaminhados para a Marinha e a Aeronáutica. No entanto, o aumento de candidatos que não desejam prestar o serviço preocupa as autoridades militares, especialmente porque a remuneração oferecida aos médicos militares é quase o dobro da de um residente civil.
O presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, destacou que o Conselho exige a quitação com o serviço militar para o registro profissional dos novos médicos. Ele explicou que essa exigência pode ser cumprida no alistamento convencional antes do ingresso na faculdade ou, posteriormente, para aqueles que já estavam aprovados no vestibular de Medicina no momento da convocação.
A conselheira do Cremers Laís Leboutte e a procuradora Carla Bello também participaram da reunião, reforçando a importância do tema. O crescente índice de recusa ao serviço militar entre médicos levanta discussões sobre a necessidade de novas estratégias para lidar com o problema.
O Exército e o Cremers seguem acompanhando a situação e estudam medidas para enfrentar o aumento da resistência entre os médicos convocados. O assunto deve continuar em debate para garantir o cumprimento da obrigação militar e suprir a demanda das Forças Armadas.