Conforme o portal Revista Sociedade Militar já tinha adiantado diversas vezes desde setembro de 2024, o governo federal anunciou nesta sexta-feira, 28 de março, aumento salarial de 9% para militares ativos, inativos e pensionistas das Forças Armadas.
Veja a tabela de como os ficam os soldos com o reajuste anunciado
A partir de 1º de abril de 2025 a classe receberá 4,5% de aumento. Os demais 4,5% serão pagos a partir de 1º de janeiro de 2026.
O reajuste foi oficializado por meio de Medida Provisória publicada pelo vice-presidente da República Geraldo Alckmin e negociado no segundo semestre do ano passado entre o presidente Lula, o ministro da Defesa José Múcio Monteiro e os Comandantes das Forças Armadas.
Apesar do alívio momentâneo para o bolso, o reajuste é mais de 5 vezes inferior ao que as Forças Armadas precisavam minimamente para repor a inflação.
Estudo encomendado pelo portal Revista Sociedade Militar junto ao escritório MCV Advocacia Militar, de Mônica Villaça, aponta que de 2016 a 2024 (sem contar o reajuste anunciado hoje), os militares acumulam perda de 47,12% para a inflação.
Os dados foram calculados quando os soldos de capitão-tenente/capitão, segundo-tenente, suboficial/subtenente e terceiro-sargento foram comparados ano a ano à inflação do período.
O pior ano foi o de 2021, quando os militares acumularam 10,06% de perdas. Os menos dramáticos foram de 2017 e 2018, quando as perdas inflacionárias foram de apenas 2,95% e 3,75% respectivamente. Isso se deveu principalmente ao grande reajuste promovido pela então presidente da República, Dilma Rousseff.
Clique para conferir o estudo na íntegra feito pelo MCV Advocacia Militar
Em 2026 o reajuste dos militares anunciado pelo governo já terá sido corroído
Como o reajuste foi dividido em 2 partes, até o ano que vem já terão havido novas perdas inflacionárias.
Em 2025, a estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do país, é de 5,65%. Os dados são do Banco Central.
Para 2026, a projeção de inflação é de 4,5%.
Isso significa que apesar da reposição salarial, ela será inócua para um biênio que deve acumular 10,15% de inflação – 1,15% a mais do que o reajuste anunciado.