A Avenida Paulista, um dos maiores cartões-postais do Brasil, conhecida por sua movimentação intensa e pela beleza de seus edifícios e museus, está se tornando um verdadeiro laboratório de segurança pública no Brasil.
Recentemente, a Prefeitura de São Paulo lançou o Programa Paulista Mais Segura, que promete revolucionar a maneira como a segurança pública é realizada no coração da cidade.
Com uma combinação de monitoramento 24 horas, tecnologia de ponta e inteligência artificial, o programa visa reduzir a criminalidade na região e aumentar a segurança de paulistanos e turistas.
Mas o que realmente chama a atenção é uma das tecnologias mais inovadoras utilizadas: o cão robô.
Esse “pet cibernético” está patrulhando as ruas da Paulista, com um sistema avançado de reconhecimento facial e monitoramento em tempo real.
A ideia é usar a alta tecnologia para ajudar as forças de segurança na identificação de suspeitos, além de atuar como um meio de dissuasão contra atividades criminosas.
Cão robô: uma inovação na segurança pública
O cão robô não é um conceito novo, mas o que o torna tão interessante nesse contexto é a capacidade de operar em um ambiente urbano dinâmico como a Avenida Paulista.
A máquina, que conta com uma câmera frontal e sensores sofisticados, transmite dados diretamente para o sistema Smart Sampa, a central de monitoramento de vídeo da Prefeitura de São Paulo.
Através dessa tecnologia, os agentes de segurança podem acompanhar em tempo real o fluxo de pessoas, identificar comportamentos suspeitos e até coletar imagens de placas de veículos.
A primeira vez que essa tecnologia foi usada foi durante as festividades de Ano Novo de 2024, quando o cão robô demonstrou sua capacidade de reconhecimento facial e identificação de veículos, se mostrando eficiente para registrar movimentos suspeitos na região.
De acordo com Leandro Ramalho, inspetor da Guarda Civil Metropolitana (GCM), o robô não só auxilia na identificação de criminosos, mas também serve como uma demonstração de força contra a criminalidade.
“A presença desse tipo de tecnologia em áreas públicas funciona como um elemento dissuasor”, afirmou Ramalho à CNN.
Esse equipamento foi desenvolvido na China, pela mesma empresa responsável pelas câmeras de vigilância do Smart Sampa, reforçando a ideia de que a tecnologia internacional está desempenhando um papel fundamental na segurança pública paulistana.
Segurança em tempos de aumento de furtos e roubos
A Avenida Paulista enfrenta desafios em termos de segurança pública.
Segundo o secretário de Segurança Urbana, Orlando Morando, houve um aumento significativo no número de furtos aos domingos, um fenômeno que ele atribui ao maior número de turistas que circulam pela região nesse dia da semana.
Isso reflete a crescente necessidade de inovação no combate à criminalidade.
Nos últimos meses, entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, a Avenida Paulista registrou uma média alarmante de 31 furtos e 5 roubos por mês, totalizando quase 4 mil ocorrências no período.
Os dados coletados indicam que a maioria desses crimes envolve furtos simples, ocorrendo especialmente no início da manhã e no intervalo entre o almoço, entre 9h e 10h e entre 12h e 14h.
Com a crescente demanda por mais segurança, o Programa Paulista Mais Segura surge como uma resposta audaciosa.
O programa não é composto apenas pelo cão robô, mas também por um sistema integrado que inclui 376 agentes de segurança, 36 viaturas, 9 viaturas do IOPE (operações especiais) e até mesmo drones para monitoramento aéreo.
Tecnologia, patrulhamento e prevenção: a fórmula da segurança
A inovação não se limita à tecnologia do cão robô.
A Prefeitura de São Paulo também implementou um modelo de patrulhamento diferenciado, com veículos especiais como bicicletas, patins e motocicletas, que ajudam a cobrir mais rapidamente áreas movimentadas e pontos estratégicos da avenida.
Além disso, o programa conta com um ônibus de monitoramento, apelidado de Smartbus, que percorre a região com câmeras de segurança bilíngues, uma solução inédita para áreas com grande circulação de turistas estrangeiros.
O perímetro de atuação do programa abrange cerca de 3 quilômetros, desde a Praça do Ciclista até a Praça Oswaldo Cruz.
O foco maior do patrulhamento é nas áreas de grande movimento, como os arredores do MASP (Museu de Arte de São Paulo), da Rua Augusta e da Estação de Metrô.
Segundo os responsáveis pelo planejamento da segurança, essa área foi escolhida com base nos dados sobre o fluxo de pessoas e as ocorrências de crimes.
Com essas medidas, a cidade de São Paulo não só busca reduzir a criminalidade, mas também mostrar como a tecnologia e inovação podem ser aliadas poderosas no combate à violência urbana.
A combinação de inteligência artificial, monitoramento constante e presença policial ativa é uma fórmula que promete transformar a forma como a segurança pública é tratada nas grandes cidades.