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Forças Armadas do Brasil operam no limite com armas obsoletas e dependência estrangeira enquanto fronteiras com 10 países expõem fragilidades e colocam em risco a defesa e a soberania nacional

Com equipamentos obsoletos e orçamento imprevisível, Forças Armadas enfrentam desafios internos e externos, e especialistas alertam para a urgência de fortalecer a indústria nacional de Defesa

por Alves
25/03/2025
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Num cenário internacional instável e imprevisível, o Brasil vê crescer a necessidade de reavaliar suas prioridades estratégicas em defesa e soberania nacional. O país, que ocupa atualmente a 10ª posição entre as maiores economias do mundo, possui um território continental e uma população de mais de 210 milhões de habitantes. Para alcançar o desenvolvimento pleno, não basta pensar apenas em crescimento econômico — é fundamental garantir a segurança interna e externa diante das novas ameaças geopolíticas globais.

A dependência quase total do Brasil em relação a equipamentos bélicos fabricados pelos Estados Unidos e países da Otan expõe uma vulnerabilidade crítica. A instabilidade orçamentária agrava esse cenário, já que a Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso não contempla as reais necessidades das Três Forças. Sem previsibilidade financeira e com parte significativa dos recursos destinados ao custeio de pessoal, a aquisição de novos equipamentos e a execução de projetos estratégicos ficam comprometidas.

Hoje, áreas prioritárias como cibernética, nuclear e espacial, destacadas na Estratégia Nacional de Defesa, carecem de investimento efetivo. A Base Industrial de Defesa, por sua vez, encontra dificuldades por não ter estímulo à produção nacional nem apoio concreto para exportação de seus produtos. Ao contrário de países desenvolvidos, o governo brasileiro ainda investe pouco em pesquisa e inovação no setor de defesa.

Sem modernização, Forças Armadas ficam incapazes de proteger fronteiras e riquezas naturais, como petróleo, água e a biodiversidade da Amazônia

Especialistas defendem um plano de modernização a longo prazo, entre 10 e 20 anos, para tornar as Forças Armadas mais eficientes e menos dependentes. Esse plano deveria incluir a atualização de conceitos estratégicos e a reorganização estrutural com redução de efetivos, priorizando mobilidade, tecnologia e equipamentos compatíveis com ameaças atuais. Além disso, propõe-se a criação de uma base logística independente do Ministério da Defesa, como ocorre em países avançados, otimizando investimentos e reduzindo custos com pessoal.

O Brasil faz fronteira com dez países e enfrenta problemas crescentes com crimes transnacionais, como tráfico de drogas, armas e garimpo ilegal na região amazônica. Na costa, há preocupações com a proteção de campos petrolíferos e a atuação de grupos criminosos. Em ambos os cenários, as Forças Armadas não possuem estrutura nem equipamento suficientes para garantir a integridade do território nacional.

O contexto global intensifica ainda mais essas preocupações. Em uma região historicamente pacífica, cresce a tensão envolvendo a Venezuela e sua reivindicação territorial sobre parte da Guiana. Essa possível escalada militar ameaça desestabilizar a América do Sul e pode abrir caminho para a instalação de bases militares estrangeiras no continente, desafiando a tradicional posição brasileira de rejeição à presença militar externa na região.

Orçamento deficiente e cultura política dificultam criação de uma estratégia nacional de defesa que coloque a soberania acima de divisões ideológicas

Apesar das evidências e dos riscos crescentes, o avanço de uma política de defesa consistente no Brasil ainda esbarra em dois grandes obstáculos: a cultura nacional e a falta de vontade política. Historicamente, o país tem se mantido afastado de grandes conflitos armados e não enxerga ameaças externas diretas à sua soberania. Soma-se a isso o histórico de intervenções militares na política brasileira, o que gerou resistências entre civis e militares.

No entanto, especialistas defendem que, com base na postura mais profissional adotada pelas Forças Armadas nas últimas quatro décadas, é preciso estabelecer uma nova relação entre civis e militares. Essa relação deve incluir controle efetivo por parte dos três poderes — Executivo, Legislativo e Judiciário —, com revisão do artigo 142 da Constituição e análise da proposta de emenda que regula a participação de militares na política.

A informação foi divulgada por Estadão, Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil, que ressalta que o fortalecimento institucional das Forças Armadas passa pela superação de tabus históricos e pelo reposicionamento do Brasil no cenário mundial. Somente com um debate transparente e acima das polarizações ideológicas será possível elaborar uma estratégia de médio e longo prazo capaz de proteger a soberania nacional.

Diante de um mundo cada vez mais incerto e de uma região que começa a sentir os reflexos de disputas geopolíticas, incluir a Defesa no debate sobre o futuro do país é não apenas necessário, mas urgente. A soberania do Brasil não pode ser refém de improvisos orçamentários ou de uma estrutura militar despreparada para os desafios do século XXI.

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