A Coreia do Norte pode estar prestes a dar um salto significativo em suas capacidades militares com o desenvolvimento de um submarino nuclear capaz de lançar mísseis balísticos. Recentemente, imagens divulgadas pela mídia estatal do país mostraram o líder Kim Jong-un inspecionando o que seria a estrutura de um novo submarino desse tipo em construção. Caso o projeto seja concluído com sucesso, o país poderá ganhar um novo trunfo estratégico para aumentar sua capacidade de dissuasão nuclear e tornar ainda mais imprevisível sua posição militar na Ásia.
Possível avanço tecnológico levanta dúvidas sobre capacidades da coreia do norte
Embora a tecnologia de propulsão nuclear em submarinos já exista desde os anos 1950, sua adoção pela Coreia do Norte é vista como um avanço impressionante, especialmente considerando o isolamento do país devido a sanções internacionais. Para efeito de comparação, o Brasil, que possui uma parceria com a França para o desenvolvimento de um submarino nuclear, só prevê a conclusão do projeto para 2030. A construção de um submarino desse porte requer conhecimento técnico avançado e uma cadeia logística sofisticada, algo que analistas acreditam ser um desafio para a Coreia do Norte.
A informação foi divulgada por “Hoje no Mundo Militar“, que detalhou as imagens publicadas pela televisão estatal norte-coreana. Segundo a análise, o submarino pode ter um deslocamento em torno de 7.000 toneladas e capacidade para carregar até 10 mísseis balísticos. Caso isso se confirme, a embarcação se tornaria uma das menores do mundo em sua categoria, mas ainda assim um elemento significativo para o arsenal militar do país.
Riscos e desafios na operação de um submarino nuclear
Apesar da possível importância estratégica, a operação de um submarino nuclear exige treinamento intenso e manutenção rigorosa, tornando-se um desafio para um país que nunca operou esse tipo de tecnologia antes. Especialistas apontam que, por ser a primeira embarcação desse tipo na Coreia do Norte, ela provavelmente não será tão silenciosa quanto os modelos avançados dos Estados Unidos, da Rússia ou da China, o que pode facilitar seu rastreamento pelos adversários.
Outro fator crucial é o controle sobre o armamento nuclear a bordo. Durante a Guerra Fria, a União Soviética mantinha um controle rígido sobre o uso de armas nucleares em submarinos, e a Coreia do Norte pode enfrentar o mesmo dilema. A decisão de conceder autonomia aos comandantes ou centralizar as ordens diretamente em Kim Jong-un pode ter implicações na forma como o país operará sua frota nuclear.
Suspeitas sobre possível apoio russo ao programa nuclear norte-coreano
A crescente proximidade entre a Coreia do Norte e a Rússia levanta questionamentos sobre um possível apoio de Moscou ao desenvolvimento desse submarino. Embora não existam provas concretas, a cooperação militar entre os dois países tem se intensificado nos últimos anos, levando analistas a suspeitarem que a Rússia possa ter fornecido assistência técnica ou materiais estratégicos para acelerar o projeto. Se essa colaboração for confirmada, a Coreia do Norte poderá obter um submarino mais seguro e eficiente do que se espera atualmente.
Independentemente de sua eficiência operacional, a simples existência do submarino já representa um fator de incerteza para os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão. A dificuldade de prever sua localização exata e sua real capacidade militar pode tornar as decisões estratégicas na região ainda mais complexas.