A China está desenvolvendo um novo porta-aviões nuclear de grande porte, o Type 004, que promete rivalizar com os maiores e mais modernos navios da Marinha dos Estados Unidos, como já mencionado aqui no Sociedade Militar, o USS Gerald R. Ford. A informação foi divulgada pelo portal Eurasian Times, que analisou imagens de satélite da instalação naval de Dalian, onde o novo navio está sendo projetado.
O avanço marca uma nova fase para a marinha chinesa, que já possui três porta-aviões: Liaoning, Shandong e Fujian. O Fujian, o mais recente, impressionou especialistas por seu tamanho e tecnologia, mas ainda não conta com propulsão nuclear. Agora, com o Type 004, a China pode entrar no seleto grupo de países com porta-aviões movidos a energia nuclear, atualmente formado apenas pelos Estados Unidos e pela França.
Um salto tecnológico para a marinha chinesa
O Type 004 promete ser um salto tecnológico em relação aos porta-aviões chineses anteriores. Segundo analistas militares, as imagens de satélite mostram a presença de quatro catapultas eletromagnéticas, permitindo o lançamento de aeronaves de forma mais eficiente e rápida. Atualmente, apenas o USS Gerald R. Ford, dos EUA, possui um sistema semelhante.
O avanço também indica que a China pode estar treinando pilotos para operar aeronaves especializadas em alerta antecipado, como o KJ-600, que desempenha função similar ao E-2D Hawkeye dos Estados Unidos. Essas aeronaves aumentariam significativamente a capacidade de vigilância e controle do novo porta-aviões chinês.
As imagens analisadas pelo Eurasian Times mostram um protótipo de testes com duas trilhas para catapultas convergindo em ângulo, o que sugere um novo design nunca antes visto em porta-aviões chineses. Esse formato pode ter sido escolhido para otimizar o espaço no convés e reduzir interferências magnéticas entre os sistemas de lançamento.
Implicações estratégicas para a China e o mundo
A construção de um porta-aviões nuclear coloca a China em um patamar estratégico superior, permitindo operações de longa distância sem necessidade frequente de reabastecimento. Essa autonomia é fundamental para projeção de poder em regiões de interesse estratégico, como o Indo-Pacífico.
Atualmente, os Estados Unidos mantêm 11 superporta-aviões nucleares em operação, garantindo presença militar constante em várias partes do mundo. Com o Type 004, a China pode reduzir essa diferença, especialmente considerando sua capacidade de construção naval acelerada. Segundo um relatório do Congresso dos EUA de 2023, a China está produzindo centenas de novos navios por ano, enquanto os Estados Unidos constróem apenas cinco ou menos.
Embora ainda esteja nos estágios iniciais de desenvolvimento, a entrada do Type 004 na frota da Marinha do Exército Popular de Libertação consolidará o status da China como uma potência naval global. Esse avanço também deve acirrar a competição entre Pequim e Washington pelo domínio dos mares.
O futuro da frota chinesa
A evolução da frota naval chinesa é resultado de décadas de investimentos e pesquisas em tecnologia militar. Nos anos 1980, a China adquiriu o HMAS Melbourne da Austrália para estudo, e nos anos 1990 e 2000, comprou porta-aviões soviéticos desativados para aprender sobre engenharia naval.
Com o lançamento do Liaoning em 2012, a China iniciou seu programa de porta-aviões. O Shandong, seu primeiro navio totalmente construído no país, entrou em operação em 2019. O Fujian, com lançadores eletromagnéticos, representa um grande avanço, mas ainda depende de reabastecimento.
O Type 004 será o primeiro a utilizar propulsão nuclear, permitindo maior autonomia e capacidade de combate prolongado. A expectativa é que a China continue expandindo sua frota de porta-aviões e consolidando sua posição como uma das maiores potências navais do mundo.