A postura dos Estados Unidos em relação à Ucrânia tem gerado preocupações entre seus aliados estratégicos, incluindo a Alemanha, que recentemente fechou um contrato para a compra de 35 caças F-35 no valor de 8,3 bilhões de euros. A mudança na política de apoio norte-americana, marcada por restrições ao uso de armamentos fornecidos a Kiev, levanta dúvidas sobre a segurança operacional desses sistemas. A informação foi divulgada pelo canal “Águias de Aço”.
Fontes na Europa relataram que os Estados Unidos impediram remotamente a operação de sistemas como o HIMARS e podem ter imposto limitações similares a caças F-16 entregues à Ucrânia. O receio é que a mesma vulnerabilidade possa se estender ao F-35, uma das aeronaves mais avançadas do mundo, cuja operação depende fortemente da centralização de dados nos EUA, por meio do sistema ALIS (Autonomic Logistics Information System).
Diante desse cenário, a Alemanha, que já formalizou a compra dos caças F-35, agora discute internamente a possibilidade de cancelar o contrato. Um alto executivo da indústria de defesa alemã afirmou que, se houver risco de interferência externa na operação dos caças, o país poderá buscar alternativas. O caso também levanta questionamentos sobre a real autonomia dos aliados ao utilizarem armamentos norte-americanos.
O temor sobre um possível “botão remoto” capaz de desativar caças F-35 ainda é tratado como especulação, mas há mecanismos técnicos que permitiriam aos EUA limitar o desempenho ou até inutilizar esses equipamentos. O exemplo da Ucrânia serve de alerta para países que dependem da tecnologia militar dos Estados Unidos, especialmente aqueles que podem enfrentar ameaças externas, como Taiwan em relação à China.
A polêmica evidencia uma questão mais ampla: a soberania militar dos países que adquirem armamentos norte-americanos. Com a crescente preocupação sobre restrições impostas pelos EUA, algumas nações podem reconsiderar suas opções de defesa para garantir maior independência tecnológica e operacional.