A Força Aérea Brasileira (FAB) está prestes a alcançar um novo patamar de capacidade aérea com os caças Gripen. Segundo o tenente-coronel Ramon Fórneas, comandante do 1º Grupo de Defesa Aérea, as aeronaves devem receber, ainda em 2025, a capacidade efetiva de disparar mísseis. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa realizada na feira militar LAAD, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (1º).
Mesmo que já estejam operando em território nacional e participando de treinamentos, os Gripen brasileiros ainda não estavam habilitados para o uso de armamentos. Atualmente, a FAB pode interceptar aeronaves inimigas com os caças, mas sem realizar disparos. Isso deve mudar com a entrega da chamada Basic Capability Update (BCU), que trará uma série de melhorias técnicas e operacionais à frota.
De acordo com Fórneas, a atualização prevista inclui desde a instalação de novos sistemas até o preparo dos pilotos e equipes de solo. “Estamos em um momento marcante. Estão sendo entregues as novas capacidades da aeronave na próxima configuração. O grande desafio esse ano é receber essa nova capacidade, com atualização de pilotos manuais, adequação doutrinária da unidade aérea, treinamento de pessoal”, afirmou o comandante.
A atualização de software que permitirá o uso dos armamentos deve ocorrer já nas próximas semanas. Essa será uma etapa fundamental para que os caças avancem em sua integração plena com o sistema de defesa brasileiro. A expectativa é que, após esse processo, a FAB esteja apta para empregar o Gripen em situações de combate real, com toda a autonomia necessária.
A informação foi divulgada por oglobo, Paulo Assad, durante cobertura da LAAD Defence & Security, o maior evento de defesa e segurança da América Latina. O anúncio oficial confirma os avanços esperados na modernização da aviação de caça brasileira, que começou com a aquisição de 36 unidades do Gripen, fruto de parceria com a fabricante sueca SAAB.
Mikael Franzén, vice-presidente da SAAB, também participou da coletiva e afirmou que a empresa está em constante colaboração com o Brasil. Segundo ele, a SAAB pretende ampliar a venda de aeronaves ao país, destacando que o tamanho continental do Brasil justifica um número ainda maior de caças além dos já adquiridos.