“Com a Marinha, são 4 fragatas em construção, mas, pelo tamanho do Brasil, era preciso 16. No caso dos Gripen, é a mesma situação”.
A afirmação é do empresário brasileiro Rodrigo Torres, que comanda as finanças globais de um dos maiores conglomerados de tecnologia bélica e de defesa do mundo, e foi feita ao colunista da Folha de São Paulo, Julio Wiziack. A entrevista completa foi publicada no dia 5 de abril.
As fragatas que o executivo do Edge Group se refere são as da Classe Tamandaré, cuja construção teve início em 2017 e deve se arrastar até 2029.
Elas foram nomeadas de Fragata Tamandaré (F200), Fragata Jerônimo Albuquerque (F201), Fragata Cunha Moreira (F202) e Fragata Mariz e Barros (F203).
Segundo a Marinha, as embarcações têm significativo poder de combate e são capazes de ser empregadas em missões de defesa, como unidades de busca e ataque a submarinos.
Executivo do Edge Group lucra com o acirramento dos conflitos
Torres admitiu que a guerra na Ucrânia, os conflitos armados no Oriente Médio e o presidente Donald Trump estão impulsionando os seus negócios e planeja dobrar o faturamento em 3 anos.
“Tem o efeito Trump, mas não só. Há o da Rússia, Israel, Coreia do Norte. As tensões estão aumentando e os países querem garantir sua soberania (…) Nosso faturamento atual é de US$ 5 bilhões e, nos próximos três anos, esperamos chegar a US$ 10 bilhões”.
Na entrevista, o empresário disse ainda que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que o presidente Lula quer fazer mais compras na área da Defesa por perceber o movimento global.
“A proteção da Amazônia Azul é relevante. Há pesqueiros [em águas brasileiras], plataformas de petróleo a vigiar. Recentemente, teve um caso de um navio oceanográfico fazendo pesquisa ilegal. Há pirataria. É um tipo diferente de guerra”.
Durante entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 10 de fevereiro, José Múcio Monteiro voltou a reclamar sobre a falta de recursos em sua pasta.
“Um Gripen custa US$ 100 milhões. Por que era pra ter 11 e só tem 6? Porque faltou dinheiro. Porque era pra todos os submarinos já estarem no mar e só tem 2? Porque faltou dinheiro”.
No último dia 5 de abril, o portal Revista Sociedade Militar selecionou comentários de especialistas que foram unânimes ao afirmar que as Forças Armadas Brasileiras não estão preparadas para sustentar uma guerra moderna e que o país pode corre risco de sofrer derrota militar, mortes e prejuízos aos interesses nacionais.