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Fracasso no coração nuclear dos EUA: programa Sentinel afunda em caos técnico e país enfrenta colapso bilionário em projeto de mísseis intercontinentais

Projeto bilionário da Força Aérea dos EUA sofre reviravolta crítica, com atrasos estruturais e aumento drástico nos custos, levantando preocupações sobre o futuro da dissuasão nuclear americana e a confiabilidade das bases militares subterrâneas espalhadas pelo país.

por Alisson Ficher
30/05/2025
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A Força Aérea dos Estados Unidos está no centro de uma turbulência técnica e financeira que ameaça um dos mais ambiciosos projetos militares da atualidade: o desenvolvimento e a implantação dos novos mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) do tipo Sentinel.

Segundo informações do portal ”Zona Militar”, concebido como o sucessor da antiga frota de mísseis Minuteman III, o Sentinel agora enfrenta sérios impasses, especialmente ligados ao aumento explosivo dos custos e à inviabilidade da infraestrutura inicialmente prevista.

Apesar de ser considerado essencial para modernizar a tríade nuclear americana, o programa caminha a passos lentos, acumulando revisões, obstáculos logísticos e críticas internas e externas.

Projeto bilionário sofre reviravolta estrutural

O plano original da Força Aérea previa a reutilização dos 450 silos subterrâneos onde atualmente estão instalados os mísseis Minuteman III.

Essa escolha parecia óbvia, por ser mais rápida, prática e econômica.

Contudo, engenheiros e oficiais do alto comando agora admitem que essas instalações podem não ser adequadas para abrigar os novos e mais avançados armamentos, o que exigiria a construção de centenas de novos silos do zero, algo que não estava no cálculo inicial.

O general Thomas Bussiere, um dos principais articuladores do programa Sentinel, foi claro ao comentar a situação:
“Parte do requisito original, quando este programa começou há 10 anos, era reutilizar silos de mísseis em bases de lançamento. Acreditava-se que seria mais eficiente, mais econômico e mais rápido. Surpreendentemente, quando se analisa a situação, essa pode não ser a solução.”

O rombo bilionário que preocupa o Congresso

O custo de todo o programa Sentinel já havia ultrapassado os limites legais previstos, violando inclusive a Lei Nunn-McCurdy, um dispositivo do Congresso dos EUA que determina a reavaliação de programas militares que excedam o orçamento em mais de 25%.

Mesmo assim, o projeto foi mantido sob a promessa de que seria possível economizar com a reutilização dos silos antigos.

Agora, com a possibilidade concreta de que será necessário construir novas instalações, o custo do projeto pode aumentar de forma insustentável, comprometendo não apenas o cronograma, mas também sua viabilidade política e estratégica.

De acordo com estimativas atualizadas, os custos totais da modernização nuclear americana podem chegar a US$ 946 bilhões até o final da década.

O escopo do projeto: centenas de mísseis espalhados pelo território

Segundo dados da própria Força Aérea, a expectativa era adquirir um total de 659 mísseis Sentinel, dos quais 25 seriam destinados exclusivamente a testes.

Do restante, cerca de 400 seriam implantados de forma permanente em diversas regiões do país, especialmente nas Grandes Planícies, que abrangem estados como Colorado, Wyoming e Dakota do Norte.

Essa ampla distribuição visa garantir que os Estados Unidos mantenham sua capacidade de dissuasão nuclear mesmo diante de um ataque em larga escala.

Infraestrutura defasada e planejamento falho

O general Bussiere detalhou que o programa Sentinel é dividido em quatro pilares: as instalações físicas, os próprios mísseis, os equipamentos de apoio e as ogivas nucleares.

O grande problema está no primeiro item, as instalações, que concentram a maior parte do estouro de custos, estimado em mais de 81% acima do valor previsto.

Essa falha no planejamento evidencia como um projeto estratégico de segurança nacional pode ser comprometido por decisões técnicas apressadas ou mal fundamentadas.

Cronograma fora de controle

O plano inicial previa que a capacidade operacional inicial do Sentinel fosse alcançada em 2029.

No entanto, com os diversos entraves logísticos e orçamentários, esse prazo já não é considerado realista.

A necessidade de reprojetar as estruturas físicas, adquirir terrenos, obter licenças ambientais e coordenar os múltiplos fornecedores envolvidos torna o cronograma cada vez mais inviável.

Além disso, o atraso compromete também a segurança do próprio país, que continua dependendo de uma frota antiga de mísseis com mais de 50 anos de operação.

Minuteman III ainda será essencial por anos

Mesmo com os atrasos, os EUA não podem abrir mão de sua postura nuclear.

Por isso, a Força Aérea confirmou que será necessário continuar investindo na manutenção e operação dos mísseis Minuteman III por tempo indeterminado.

Como explicou o general Bussiere: “À medida que fazemos a transição do Minuteman III para o Sentinel, precisamos manter um número mínimo de ICBMs em alerta para todo o país. E será uma combinação harmoniosa de operações, manutenção, aquisição e, como você sabe, um grupo de parceiros que fazem parte deste programa para garantir que tudo corra bem.”

Um símbolo da corrida armamentista moderna

A crise do Sentinel não ocorre isoladamente.

Ela se insere em um contexto maior, no qual as grandes potências, como Estados Unidos, Rússia e China, estão acelerando seus investimentos em novas tecnologias nucleares e hipersônicas.

Para o governo americano, o Sentinel é mais do que uma arma: é um símbolo da capacidade do país de manter sua hegemonia militar num mundo cada vez mais instável.

No entanto, os erros estratégicos e orçamentários agora colocam em risco um dos pilares dessa hegemonia.

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