Até parece que ninguém sabia. Demagogia em alta, como sempre. Alguns tópicos rápidos.
Arnaldo Freintz Rocha Farias – Of.Sup (RnR) (Colaborador)
As últimas semanas de junho, nas quais o Brasil esteve diante de manifestações até então inéditas, serviram como um valioso teste da habilidade que o estado brasileiro tem em manipular as massas. Assim que o governo determinou a mídia de massa começou a minimizar e omitir as movimentações até que tudo acabou. Alguns entenderam esses movimentos como um ensaio, um exercício que pôde verificar se o estado tem a sociedade sob controle.{jcomments on}
Vigilância
Somente os muito ingênuos podiam acreditar que não estamos sendo monitorados todo o tempo, e ficar escandalizados com as notícias publicadas nos últimos dias sobre a vigilância norte-americana sobre os cidadãos de todo o planeta, incluídos aí os brasileiros. Já nos encontramos em estágio bem avançado na imposição de um estado policial eletrônico mundial. Ou seja, de um governo único, que tem cada habitante do planeta sob vigilância constante. “Eles” sabem quanto você gasta, aonde você vai, com quem você fala por meio dos telefones fixo e celulares, qual a sua rede de relacionamentos e, consequentemente, qual o seu poder de mobilização política e o nível de risco que seu grupo oferece ao sistema vigente. A sensação de liberdade na verdade é falsa. Estamos cada vez mais sob controle e, junto com esse controle individual, as técnicas de manipulação do comportamento das massas se aperfeiçoam a cada dia.
Dificilmente oficiais das forças armadas de qualquer país conseguiriam se articular para derrubar um governo sem que isso rapidamente chegasse ao conhecimento das autoridades no controle do sistema. O evento que recentemente ocorreu no Egito com toda certeza tinha o prévio conhecimento das autoridades norte-americanas, que entenderam que seria melhor para o mundo que o presidente islamista fosse deposto, e facilitaram a consecução do “golpe”. Não há quase mais lugar para grandes conspirações e golpes repentinos, a não ser que sejam de interesse das “forças ocultas”.
Recentemente um crime hediondo chocou os brasileiros, uma criança de cinco anos foi assassinada enquanto abraçava sua mãe, era filho de imigrantes ilegais, bolivianos que trabalham no país ilegalmente, em troca de salários irrisórios e sem nenhum direito trabalhista. Embora não houvesse câmeras na casa e nenhuma pista relevante, os assassinos foram presos em menos de três dias. Praticamente nenhum crime de relevância nacional permanece sem solução, haja vista o estado policial em que vivemos. Só em São Paulo existem mais de 1,5 milhão câmeras, que gravam mais dezenas de milhões de horas de vídeo por dia. Calcula-se que um cidadão normal, transitando por São Paulo, seja filmado pelo menos 43 vezes em um único dia. Quem porta um aparelho de telefone celular é monitorado 24 horas por dia. Para solucionar um crime basta ao governo identificar todos os celulares que passaram por determinada área, filtrar as informações, ligar às imagens colhidas, e dificilmente vai deixar de encontrar os criminosos rapidamente. Mas isso custa algum dinheiro, é necessário mobilização, e o mais importante, o esquema de vigilância não deve ser exposto ainda, chocaria grande parte da sociedade, que acha que é livre e tem privacidade.
Uniformização
Você pode dizer que é conspiração, loucura ou qualquer outra coisa, mas a verdade é que existe um plano em escala mundial para uniformizar a sociedade. O quociente de inteligência vem despencando nos últimos anos, nossos jovens são praticamente analfabetos funcionais e das carreiras ligadas às ciências sociais pouca coisa nova surge, a política hipnótica do pão e circo está cada vez mais em alta até nas universidade. Basta contabilizar a quantidade de festas nas sextas-feiras em universidades federais de todo o país.
As carreiras ligadas à técnica estão em alta e, por outro lado, pensadores de áreas como Filosofia e sociologia hoje em dia tendem a desaparecer, e as disciplinas são consideradas uma espécie de semi-ciências, pois nada de mais tem a acrescentar à sociedade, pois a formação de espírito critico não é mais importante, pelo contrário, é algo nocivo. Lamentamos profundamente que estudantes de filosofia e ciências sociais saiam em bandos acompanhando a malta sem se importar primeiro com a construção de seus objetivos no campo das idéias. Hoje em dia, aqueles que ousam pensar diferente das massas tem sido chamados de reacionários fascistas. Na verdade no Brasil jamais alguém poderia ser chamado de reacionário fascista, para que isso fosse coerente no país deveria ter existido o fascismo, para que alguém o quisesse de volta. Porém, as “forças ocultas” que manipulam a sociedade e desejam a universalização dos comportamentos abominam o nacionalismo, pois desejam uma sociedade sem fronteiras. O espírito crítico, como dissemos, é um obstáculo na medida em que exalta o individualismo, a diversidade e a liberdade de pensamento. Na pretensa sociedade global, em que só existam servos e senhores, seres humanos pensantes em meio aos servos são obstáculos a remover.
Como podemos reagir?
Na verdade não creio que as poucas pessoas esclarecidas e dispostas espalhadas pelos recantos do planeta tenham qualquer possibilidade de reverter esse processo, já adiantado. Não dispomos das ferramentas necessárias. Dinheiro, mídia, controle das forças de segurança etc. O máximo que podemos fazer é, talvez, retardar um pouco a implantação dessa nova ordenação do mundo – seria uma utopia alimentar esperanças de que podemos vencer esse sistema tão engenhosamente concebido – e já previsto na própria bíblia cristã. Como mero mortal, persigo pelo menos a satisfação de não ser um idiota útil e tento ajudar tantos quanto me for possível a também não sê-lo.
Arnaldo Freintz Rocha Farias – Of.Sup-RNr
Atenção, o texto acima é de colaborador e não necessariamente expressa a posição de Revista Sociedade Militar.