A Presidência da República anunciou, nesta segunda-feira, 8 de janeiro, a inscrição dos Lanceiros Negros, ex-escravos que lutaram na Revolução Farroupilha, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
A Lei nº 14.795, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eterniza o legado dos Lanceiros Negros no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
Os Lanceiros Negros foram um destacamento militar formado em 1836 pelo líder farroupilha Bento Gonçalves.

Em 1836, Bento Gonçalves criou uma unidade militar chamada Lanceiros Negros. Esse grupo era formado por escravos que foram libertados e negros livres. Eles se juntaram à Revolução Farroupilha, que aconteceu entre 1835 e 1845, com a esperança de conseguir liberdade e uma vida melhor.
Os Lanceiros Negros lutavam tanto a cavalo quanto a pé. Durante a guerra, que durou 10 anos, eles foram uma parte importante do exército dos farroupilhas, que estava lutando contra o Império.
Infelizmente, muitos dos Lanceiros Negros foram traídos pelos líderes do exército farroupilha. Na Batalha de Porongos, em 1844, mais de 100 Lanceiros Negros foram mortos pelo exército do Império.
Os que sobreviveram não tiveram a promessa de liberdade cumprida. Depois que a guerra acabou, a vida dos negros no sul do Brasil não melhorou muito. Muitos deles foram forçados a voltar a viver como escravos e enfrentar discriminação.
Batalha de Porongos
Durante a Batalha de Porongos, em 1844, mais de 100 Lanceiros Negros foram mortos pelo exército imperial.
Os remanescentes do grupo não tiveram a promessa de libertação concretizada.
Após o fim do conflito, não houve mudança significativa na situação dos negros no sul do Brasil e muitos deles foram forçados a retornar à vida de antes.
Fonte: Presidência da República