Matéria da agência de notícias da Marinha do Brasil, publicada no final de janeiro deste ano, diz que Brasil assume força-tarefa mundial de combate à pirataria marítima.
O comando da Combined Task Force (CTF) 151, com a missão de coordenar forças navais multinacionais, em operações de combate à pirataria, em uma das principais rotas marítimas mundiais, que inclui o Golfo de Áden, a Bacia da Somália e o Mar da Arábia.
Com um mandato que pode variar de três a seis meses, o contra-almirante brasileiro Antonio Braz de Souza tem à frente o desafio de liderar os esforços, a fim de garantir a segurança em uma região que, além dos casos de pirataria, tem registrado recentes ataques a navios mercantes, perpetrados por rebeldes houthis do Iêmen.
“Ao aceitar o convite para liderar esta força mais uma vez, a Marinha do Brasil, primeiro país sul-americano a desempenhar papel de destaque nesta coalizão marítima multinacional, reafirma sua dedicação à comunidade marítima e, particularmente, às Combined Maritime Forces.
Esse compromisso visa intensificar a segurança e estabilidade global, contribuindo para o bem-estar coletivo”, afirmou o Braz de Souza, durante a cerimônia de assunção de Comando da CTF 151, no Bahrein.
Esta é a terceira vez que o país Brasil comanda a CTF 151, que também atua no enfrentamento ao tráfico de pessoas e à pesca ilegal.
Ela representa um dos cinco braços operacionais da força-tarefa internacional Combined Maritime Forces (CMF), cuja atuação se estende ao combate a ações criminosas e terroristas em uma área de aproximadamente 3,2 milhões de milhas quadradas de águas internacionais, algo em torno de 8 milhões de km2, com destaque para o Mar da Arábia, o Golfo de Omã, o Golfo de Áden e o Mar Vermelho.
CAPAZ PARA UNS…
Em entrevista concedida ao Jornal Correio Braziliense no dia 13 de fevereiro, o mesmo contra-almirante Antonio Braz de Souza, que é o menos graduado do círculo de generais (ele tem duas estrelas), declarou que:
“O fato de o Brasil liderar a CTF 151 pela terceira vez, após ter exercido, por alguns anos, o comando da Maritime Task Force (MTF) da Força Interina das Nações Unidas (ONU) no Líbano, demonstra a continuidade do reconhecimento internacional da Marinha do Brasil como uma Força capaz, conciliadora e confiável, além de destacar a sua disposição para contribuir ativamente para Operações de Paz e de Segurança Marítima.“
…INCAPAZ PARA OUTROS
Por outro lado, o comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen já denunciou no Senado (sobre a Força que ele comanda) que
“é inadmissível uma Força que não tenha capacidade de causar dano, e capacidade de causar dano exige treinamento, exige munição, exige óleo, exige manutenção dos seus bens. (…) Então, exatamente em função daquele quadro orçamentário, nós temos perdido capacidade de atuação em todo aquele espaço.”
Naquela oportunidade, do alto de suas quatro estrelas, o almirante também declarou:
“Em termos de governança orçamentário-financeira, é assim que está distribuído o orçamento da Força: 88% do orçamento hoje é de despesas obrigatórias, compostas de pagamento de pessoal, assistência médico-odontológica, movimentação em diária, ajuda de custo, auxílio-fardamento…”