O governo brasileiro alertou que as doações vindas de Portugal, que já ultrapassam 200 toneladas de alimentos e medicamentos, não foram recusadas. É que apesar da mobilização da comunidade brasileira em Portugal, o envio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para buscar as doações foi considerado contraproducente pelo Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Marcelo Damasceno.
Logística complexa
Segundo Damasceno, o tempo de viagem de ida e volta para Portugal, cerca de 35 horas, seria mais proveitoso se utilizado para o transporte das 1.500 toneladas de doações já armazenadas em bases brasileiras para o Rio Grande do Sul. Com a mesma logística, a FAB consegue transportar 167 toneladas internamente, mais de oito vezes a quantidade que viria de Portugal.
Plano alternativo em andamento
Em vez do envio da FAB, o governo brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Cooperação e do Ministério de Portos e Aeroportos, articulou um plano logístico com a Força Aérea Portuguesa para o transporte das doações. A embaixada brasileira em Lisboa e os consulados do Porto e Faro estão triando e conferindo a validade dos itens doados.
Doações isentas de impostos
O governo brasileiro também destaca que as doações internacionais para o Rio Grande do Sul estão isentas de impostos. A medida, publicada em portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), suspende por 30 dias as restrições à importação de bens usados mediante doação. A iniciativa visa facilitar a entrada de ajuda humanitária no estado, mas não impede a doação de itens novos, que sempre foi permitida.
Prioridade para medicamentos
No momento, o governo prioriza o envio e a distribuição de medicamentos e equipamentos médicos por via aérea. As demais doações serão transportadas por terra e mar.