A Força Aérea Brasileira (FAB) visitou no final deste mês de maio o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN), Organização Europeia para a Investigação Nuclear, conhecido por abrigar o maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC).
Na visita técnica estavam dois integrantes do Comando da Aeronáutica (COMAER), o Capitão Tássio Cavalcante, do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), e o Professor Doutor Maurício Pazianotto, do Instituto Tecnológico Aeronáutica (ITA).
Entenda o projeto
Segundo informações da Assessoria de Imprensa da FAB, o ensaio faz parte do Projeto Efeitos nocivos da Radiação Ionizante em tripulações, Sistemas Aeroespaciais e Defesa (ERISA-D), do IEAv.
O objetivo detectar e conhecer os efeitos da radiação cósmica em tripulações e sistemas que operem em altas altitudes ou no espaço, com especial atenção aos efeitos na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS).
Essa região, conforme explica os idealizadores do projeto, abrange boa parte do território brasileiro e é conhecida por abrigar um campo magnético terrestre mais próximo da crosta, fazendo com que a região acabe absorvendo uma maior quantidade de partículas da radiação cósmica do que quando comparada com outras regiões do planeta, com destaque para o impacto que elas causam em satélites nesta área.
“Essa é a terceira vez que o IEAv realiza ensaios neste campo do CERN. A primeira vez que o IEAv utilizou esse campo para calibração de sistemas foi em 2010, tendo sido a primeira organização da América do Sul a utilizar este campo de radiação do CERN para realizar esse tipo de estudo, evidenciando o nosso protagonismo nessa área de conhecimento no Brasil”, explicou o idealizador do Projeto ERISA-D, o Pesquisador Doutor Claudio Federico.
Em nota a FAB diz que “essa experiência é fundamental para calibrar sistemas de detecção para avaliar os riscos de efeitos da radiação em tripulantes e caso não considerados adequadamente podem comprometer uma missão por falhas aleatórias ou deterioração acelerada da eletrônica de bordo”.