Reservas bilionárias de lítio na Ucrânia estimada em quase 12 trilhões de dólares podem ser trunfo de Zelenski para atrair Trump e salvar o apoio Militar dos Estados Unidos, cerca de um terço das reservas comprovadas de toda a Europa.
A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe à tona uma batalha econômica e diplomática que vai muito além do campo de combate. Com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos se tornando uma possibilidade concreta, o governo ucraniano, liderado por Volodymyr Zelenski, busca uma estratégia ousada para garantir o apoio financeiro e militar americano. A informação foi divulgada pelo canal conhecedor Hoje no Mundo Militar, quem tem como pauta o impacto econômico global. As gigantescas reservas de lítio e outros minerais raros presentes no território ucraniano se tornaram um ativo estratégico nesse cenário.
Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, estima-se que os Estados Unidos tenham destinado cerca de 60 bilhões de dólares em ajuda militar direta à Ucrânia. Essa assistência tem sido essencial para a resistência ucraniana frente à superioridade militar russa. No entanto, pressões políticas internas nos EUA, especialmente entre membros do Partido Republicano, têm levantado questionamentos sobre a continuidade desse suporte.
A possível vitória de Trump em 2024 adiciona uma nova camada de incerteza à equação. Durante sua campanha, Trump prometeu encerrar a guerra em 24 horas, embora sem explicar como faria isso. Ele também criticou os níveis de ajuda fornecidos pela atual administração de Joe Biden, sinalizando uma possível redução significativa no apoio. Para Kiev, isso representa uma ameaça direta à sua sobrevivência, caso os recursos americanos sejam cortados.
Estratégia mineral: Zelenski aposta em lítio para atrair Trump
Diante desse cenário, Zelenski parece ter adotado uma abordagem pragmática, adiando por duas vezes um acordo crucial com os Estados Unidos para a exploração de minerais raros. Segundo analistas, o objetivo seria permitir que Trump reivindique o crédito por esse acordo assim que assumir o cargo, caso eleito. O cálculo é simples: alinhar interesses econômicos e políticos pode convencer Trump a manter o apoio à Ucrânia.
A Ucrânia possui uma das maiores reservas de lítio e minerais críticos da Europa, com um valor estimado em 12 trilhões de dólares. Esse recurso é vital para a produção de baterias recarregáveis, especialmente em um mundo que se move rapidamente em direção aos veículos elétricos. Empresas como a Tesla, de Elon Musk, têm forte interesse em garantir acesso a essas reservas, fortalecendo a posição dos Estados Unidos no mercado de tecnologia sustentável.
A influência de Musk sobre Trump é outro fator-chave nessa equação. Elon Musk, um dos principais financiadores da campanha presidencial de Trump e CEO da Tesla, possui acesso direto ao ex-presidente. Para a Ucrânia, transformar o lítio em uma moeda de negociação com Trump é uma jogada diplomática que pode assegurar tanto o apoio americano quanto investimentos de grandes corporações.
China e Rússia: a sombra de um futuro dominado por Xi Jinping
Além dos interesses americanos, a corrida por lítio também envolve um fator geopolítico decisivo: a China. Caso a Rússia vença a guerra e controle as reservas ucranianas, Moscou poderá oferecer esses recursos a Pequim, garantindo uma vantagem industrial expressiva no setor de baterias. Essa possibilidade não apenas ameaça os Estados Unidos economicamente, mas também impacta diretamente negócios como os de Elon Musk.
Fontes indicam que Putin tem usado promessas de exploração mineral para atrair o apoio de Xi Jinping, fortalecendo a aliança entre Rússia e China. Para Zelenski, manter o controle sobre essas riquezas é não apenas uma questão econômica, mas também de sobrevivência geopolítica. O lítio ucraniano pode ser a peça-chave para equilibrar as relações internacionais e manter o país no jogo diplomático.
Por fim, a estratégia ucraniana evidencia como a guerra transcende o campo militar, envolvendo também batalhas econômicas, tecnológicas e políticas. Transformar o lítio em uma arma diplomática pode ser a aposta mais ousada de Zelenski para garantir a aliança com os Estados Unidos e, ao mesmo tempo, afastar a influência russa e chinesa.
Influência das reservas ucranianas
- Fator econômico: O lítio é um recurso essencial para a transição energética global, particularmente para o crescimento do mercado de carros elétricos. Seu controle pode garantir bilhões em receitas para a Ucrânia, fortalecer sua economia em tempos de guerra e atrair investimentos estrangeiros.
- Geopolítica e segurança nacional: Caso as reservas caiam em mãos russas, há o risco de que a Rússia forneça esses recursos à China, consolidando uma vantagem econômica e tecnológica dos chineses no setor de baterias e minérios raros. Isso ampliaria o domínio chinês nas cadeias globais de suprimentos de materiais críticos.
- Interesse dos EUA e Tesla: Para os Estados Unidos e empresas como a Tesla, comandada por Elon Musk, o lítio ucraniano representa uma oportunidade de reduzir custos e consolidar a liderança na produção de tecnologias sustentáveis. A exploração dessas reservas permitiria maior independência dos mercados dominados por China e outros países exportadores.
- Diplomacia e apoio militar: A Ucrânia usa suas reservas minerais como moeda de negociação diplomática. Oferecer acesso preferencial a essas riquezas pode ser a chave para manter o apoio militar e financeiro dos EUA, principalmente se Donald Trump retornar à presidência. Trump, sendo pragmático e focado em negócios, poderia enxergar a exploração do lítio como uma forma de beneficiar economicamente os Estados Unidos e garantir ganhos políticos.
Em resumo, o controle e a exploração das reservas minerais da Ucrânia não só impactam a economia global, mas também definem alianças políticas e geoestratégicas no cenário atual da guerra. A Ucrânia pode usar esse recurso como um ativo crucial para manter suas alianças internacionais e garantir sua soberania frente à invasão russa.