Os Estados Unidos deram um passo significativo para aumentar sua presença militar na região do Caribe, firmando um acordo com Trinidade e Tobago que prevê a instalação de até 10 mil soldados norte-americanos no país insular. A iniciativa, assinada em 10 de janeiro de 2024, inclui a construção de bases militares e exercícios conjuntos, destacando a estratégia dos EUA de fortalecer a segurança regional.
Segundo o site The Caribbean Post, o pacto tem caráter defensivo, mas alimenta preocupações na Venezuela, que vê a movimentação como uma ameaça direta. A localização estratégica de Trinidade e Tobago, a poucos quilômetros da costa venezuelana, torna o arquipélago um ponto-chave para possíveis operações militares. Autoridades americanas negam intenções ofensivas, mas fontes próximas ao Departamento de Estado sugerem que a medida faz parte de um plano de contingência diante das tensões diplomáticas com Caracas.
Cooperação militar dos EUA aumenta pressão sobre maduro
A crise diplomática entre os EUA e a Venezuela ganhou novos contornos após Washington emitir um ultimato a Nicolás Maduro, exigindo que ele deixe o poder. Paralelamente, o governo americano reconheceu Edmundo Gonzales como líder interino venezuelano. A mobilização militar em Trinidade e Tobago adiciona uma camada de pressão sobre Maduro, especialmente diante da presença confirmada de tropas russas na Venezuela.
Em resposta, a Venezuela intensificou alianças com países da América do Sul e do Caribe, visando formar um bloco de resistência. Recentemente, Maduro reuniu-se com líderes de nove nações da região para discutir cooperação militar e econômica. A aproximação com potências como Rússia e Irã também foi reforçada, ampliando a percepção de ameaça na América Latina.
Cenário geopolítico no Caribe se torna explosivo
Enquanto os Estados Unidos consolidam parcerias na região, o primeiro-ministro de Trinidade e Tobago, Keith Rowley, afirmou que o acordo com os americanos tem foco puramente defensivo. Em entrevista ao jornal Trinidade Express, Rowley negou veementemente que o território do país seja usado para ataques contra a Venezuela, classificando as especulações como distorções.
Ainda assim, o cenário permanece tenso. A combinação de discursos agressivos, movimentações militares e alianças estratégicas cria um ambiente de incerteza na América Latina. Com a presença de porta-aviões e submarinos nucleares da Quarta Frota americana na região, a possibilidade de um conflito militar aumenta, ameaçando a estabilidade regional.
A escalada nas tensões coloca a América Latina no centro de uma disputa geopolítica global, com consequências que podem impactar não apenas a região, mas também o equilíbrio de poder internacional.
Com informações de: Canal Militarizando o Mundo