Na última quarta-feira (15/01), a Força Aérea Brasileira se despediu de um de seus heróis: o major João Rodrigues Filho, falecido no Rio de Janeiro (RJ), com 101 anos. Mecânico do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), o major João e outros 120 especialistas foram fundamentais para a campanha de sucesso do Brasil ao lado dos aliados na Segunda Guerra Mundial, deixando um legado inesquecível para a Instituição que serviu com tanto orgulho.
Ao regressar ao Brasil, João Rodrigues Filho foi servir na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro (RJ), como Mecânico do avião P-47 Thunderbolt, até o ano de 1950. Fez curso para a Escola Preparatória de Oficial Especialista em Mecânica. Continuou na FAB nessa função até 1964, quando foi reformado no posto de major.
Seus pais, moravam na roça, tiveram cinco filhos, sendo todos homens. Opunham-se a que João fosse para a guerra, no entanto ele contrariou a vontade dos pais e se alistou, pois sentia-se chamado a defender sua pátria.
Cumpriu essa missão e voltou com muito mais experiência de vida e maiores conhecimentos técnicos adquiridos durante todo o período de guerra.
Compromisso constante e dedicação exemplar à Força Aérea Brasileira
Segundo informado pela Agência Força Aérea, mesmo após deixar o serviço ativo, o major João continuou presente nos eventos e cerimônias realizadas pela Força Aérea.
No dia 22 de abril de 2024, na cerimônia do P-47, realizada durante a Reunião da Aviação de Caça (RAC), que aconteceu na BASC (Base Aérea de Santa Cruz), o herói de guerra esteve entre as autoridades que prestigiaram a solenidade, demonstrando toda a sua devoção à Força Aérea.

Desde menino, a paixão por aviões
Em 2015, entrevistado pela Agência FAB, o major João relatou que, desde menino era apaixonado por aviões. Na ocasião, orgulhoso, exibiu sua coleção de pequenas aeronaves que tinha em casa. Ele dizia ser muito grato à Força Aérea por ter realizado seu sonho. “Eu tinha muito orgulho de ser o que eu era: sargento especialista da Força Aérea Brasileira e de ter servido na guerra”, conta.
Durante a época na Itália, os militares eram responsáveis por determinada aeronave e criavam uma relação especial com ela. “Eu tinha 54 quilos, era muito magro, mas tinha um avião. Para mim, isso possuía uma importância muito grande. A relação que nós tínhamos com a máquina era: eu, o avião e o piloto”, concluiu.
Honras fúnebres ao major João
O velório foi realizado no dia 16/01, das 9h às 13h, na Capela 03 do Crematório e Cemitério Vertical da Penitência, localizado no bairro do Caju, no Rio de Janeiro (RJ). O Comando da Aeronáutica expressa suas condolências à família e amigos.