Em solenidade militar, nesta sexta-feira (07/02), após intensos 27 dias de Estágio de Adaptação Militar (EAM), os 134 estagiários da turma Black Hawk receberam suas platinas e se tornaram oficialmente alunos da “nascente do poder aéreo“. Assim é como o pessoal da FAB chama a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), em Barbacena (MG). A cerimônia foi presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), tenente-brigadeiro do ar Pedro Luís Farcic, acompanhado do comandante da EPCAR, brigadeiro do ar André Luiz Alves Ferreira.
Os novos alunos foram aprovados no Curso Preparatório de Cadetes do Ar do ano de 2025 (CPCAR 2025) e passaram a compor o primeiro esquadrão da EPCAR, a tropa mais jovem da Força Aérea Brasileira (FAB).
Em suas palavras, o chefe do Estado-Maior da Aeronáutica declarou aos novos alunos que este período da carreira militar lhes exigirá incansável dedicação.
“Prezados alunos da turma Black Hawk, há exatos 46 anos, adentrava nesta querida escola o aluno 79/193 Farcic. Recordo-me, com nitidez, da ansiedade e do misto de emoções que me acompanharam ao cruzar os portões desta instituição. Naquele momento, eu e meus colegas da turma Tucano dávamos início a maior e melhor jornada de nossas vidas.
Os primeiros dias foram desafiadores: a adaptação à rigorosa rotina, a saudade de casa e o peso da responsabilidade pareciam imensos. No entanto, foi nesse ambiente de disciplina e superação que encontrei companheiros que, com o tempo, tornaram-se verdadeiros irmãos. Hoje, são vocês que têm essa belíssima oportunidade. A vida na EPCAR ensina lições que permanecem para sempre”, frisou.
O comandante da EPCAR, brigadeiro André Luiz Alves Ferreira parabenizou os futuros cadetes, ressaltando a aprovação deles num dos certames mais difíceis do País.
“Vocês são os melhores dentre 26 mil candidatos, venceram uma grande batalha. Guerreiros da turma Black Hawk, este momento ficará eternizado e, com ele, vem a responsabilidade militar e acadêmica, sempre balizada pelos preceitos militares e morais. Tenham orgulho de vestir o azul e ostentar a platina de aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Ar. Saibam que, de agora em diante, estaremos sempre juntos, rumo à realização do sonho de se tornarem oficiais aviadores”, destacou.
Turma Xavante homenageou a turma Black Hawk
A platina é composta por um distintivo e uma insígnia, confeccionados em metal, fixados em uma placa rígida revestida por tecido azul-aeronáutica para uso nos ombros. O aluno Miguel Melo da Silva, 17 anos, primeiro colocado no CPCAR 2025, recebeu as platinas do chefe do Estado-Maior da Aeronáutica. Ele alcançou a média geral de 8,612 no CPCAR 2025.
“Fiquei muito nervoso por estar nessa posição de destaque do Esquadrão, mas treinamos muito. Na EPCAR, eu aprendi a ser mais grato pelo meu tempo. Apesar da saudade da família, a gente busca a cada dia aprender mais, e eu creio que isso foi o que eu mais gostei, eu sinto que mudei muito”, contou.
No decorrer da cerimônia, o terceiro e o segundo esquadrões, turmas Thunderbolt e Xavante respectivamente entoaram seus gritos de guerra em homenagem à Black Hawk.
Depois, foi a vez dos novos alunos entoarem pela primeira vez o próprio grito de guerra. Quando incorporados à guarda de honra, os novos alunos participaram do desfile militar ao som da canção da EPCAR.
Para aluno nome em inglês na EPCAR representa espírito de corpo e versatilidade
O Black Hawk (falcão negro, traduzido do inglês) é uma aeronave militar usada para infiltração e “exfiltração” de tropas, missões de resgate, atendimento a comunidades indígenas e operações de combate.
Segundo a aluna Dara de Macedo Carvalho, 17 anos, o nome do helicóptero foi escolhido para representar principalmente os valores de espírito de corpo, força e versatilidade.
“Até porque é um helicóptero que roda muito à noite, uma aeronave de combate forte. Se não houver uma boa comunicação entre piloto, copiloto, mecânicos e equipe de solo, a missão não tem êxito. E a adaptação nos fez superar desafios além dos nossos limites, a gente aprendeu muito mais sobre empatia”, explicou.
Para o aluno Ricardo Vassoler Braga, 17 anos, as características do Black Hawk também foram fundamentais para a elaboração do grito de guerra da turma.
“Assim como o helicóptero precisa da ação conjunta entre o piloto e demais integrantes, nós acreditamos que, juntos, todos conseguiríamos enfrentar qualquer situação. Mesmo que alguns tenham tido mais dificuldades, nós precisamos de força em conjunto”, finalizou.