A Força Aérea Brasileira (FAB) esta prestes a retirar de operação o último sistema de defesa antiaérea de origem russa. O Igla-S, um sistema de mísseis portáteis, deve deixar de equipar os Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE), encerrando o ciclo de armamentos russos na FAB. Segundo o canal Gazeta Militar, “essa decisão marca o fim de uma era e a transição para sistemas ocidentais”.
O possível substituto? O sistema sueco RBS 70, um dos candidatos em análise.
Fim de uma era russa na FAB
O Igla-S, utilizado pelos Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE), será desativado até ao final de 2025. “O sistema foi projetado para atacar aeronaves de asas fixas e rotativas, além de mísseis de cruzeiro, 24 horas por dia”, destacou o Gazeta Militar. A FAB já havia retirado os helicópteros de ataque AH-2 Sabre, versão brasileira do Mi-35M russo, por falta de suporte técnico e peças de reposição.

Histórico do Igla-S no Brasil
A FAB começou a operar sistemas Igla em 1997, com a versão 9K38. Em 2014, adotou o Igla-S, com alcance ampliado de 5,2 km para 6 km e mira aprimorada. Hoje, ele equipa três GDAAEs, localizados em Canoas (RS), Manaus (AM) e Anápolis (GO). “Apesar das melhorias, a FAB decidiu buscar um novo sistema”, afirmou o Gazeta Militar.
Busca por um substituto
A FAB enviou um Request For Information (RFI) para empresas especializadas. Entre as opções estão o 9K 333 Verba (Rússia), KP-SAM Chiron (Coreia do Sul), Mistral 3 (França), FIM-92 Stinger (EUA) e o RBS 70 (Suécia). “Todos são sistemas de curto alcance, voltados para a defesa antiaérea de ponto”, explicou o Gazeta Militar.
Lacuna na defesa antiaérea brasileira
A desativação do Igla-S marca um passo na modernização da FAB, mas o Brasil ainda carece de um sistema de defesa antiaérea diária. “A FAB depende exclusivamente dos sistemas do Exército, como o Gepard 1 A2, que não protegem contra mísseis de cruzeiro ou aeronaves furtivas”, alertou o Gazeta Militar.
Desafios futuros
A ausência de um sistema robusto deixa vulneráveis infraestruturas críticas, como bases aéreas e centros urbanos. “Em um conflito, a FAB dependeria do Exército ou de apoio externo para enfrentar ameaças aéreas complexas”, ressaltou o Gazeta Militar. A aquisição de sistemas avançados e o desenvolvimento de uma doutrina de defesa antiaérea são desafios urgentes para os próximos anos.
RBS 70 na mira
O sistema sueco RBS 70 surge como forte candidato para substituir o Igla-S. “Ele oferece tecnologia moderna e é amplamente utilizado em forças aéreas ao redor do mundo”, destacou o Gazeta Militar. A escolha do novo sistema será crucial para a defesa do espaço aéreo brasileiro nas próximas décadas.