Uma boa notícia para militares temporários que buscam recolocação no mercado: a plataforma Contrate Veteranos (aqui a página no Instagram) já ajudou mais de 50 ex-militares e familiares a conquistarem empregos. A iniciativa do ex-tenente do Exército César Galdino Filho ganhou o apoio de JBS, Azul Linhas Aéreas e Suzano, que criaram programas internos para contratar esses profissionais. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (6) pela revista Exame.
Oportunidade depois da farda
Cerca de 70 mil militares deixam as Forças Armadas todos os anos, mas a transição para o mercado civil não é fácil. “Os recrutadores não sabem como traduzir nossa experiência para o mundo corporativo”, afirma Galdino. Ele próprio enfrentou dificuldades após sair do Exército, onde ganhava R$ 6 mil, e precisou aceitar um salário de R$ 3 mil no setor privado até conseguir estabilidade.

A iniciativa começou de forma modesta, em 2013, e hoje funciona como uma plataforma digital que conecta militares e recrutadores. Diferente de sites de emprego tradicionais, o Plano de Chamadas oferece um banco de talentos e suporte estratégico para os veteranos.
Empresas disputam ex-militares
O perfil disciplinado e comprometido dos militares começou a chamar a atenção do setor privado. “As empresas preferem treinar um bom profissional do que contratar alguém sem valores sólidos”, explica Galdino. O aumento da rotatividade no mercado e a busca por soft skills, como resiliência e espírito de equipe, impulsionaram a demanda por esses talentos.
Além dos veteranos, a plataforma também apoia familiares dos militares. Mulheres militares, por exemplo, se tornaram um foco das empresas parceiras, que veem na inclusão feminina uma oportunidade de diversidade e inovação.
Expansão à vista
Mesmo sem patrocínio, Galdino segue ampliando a rede de contatos e realizando palestras nos quartéis. “Se não conseguirmos realocar esses profissionais, isso representa um desperdício de recursos para a sociedade”, alerta.
Agora, ele busca parcerias para expandir o projeto. “Meu sonho é cadastrar todos os 70 mil militares que saem anualmente e conectá-los ao mercado. As empresas só precisam conhecê-los melhor para perceber o valor que têm”.